"O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!"
Metrópolis é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Esse filme foi, à época, a mais cara produção até então filmada na Europa, e um dos filmes mais caros da história do cinema, tendo custado na época 5 milhões de marcos e quase tendo levado a Universum Film S.A. à falência.
É considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. Lang escreveu também o roteiro, em parceria com Thea von Harbou, com base em romance desta.
É considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. Lang escreveu também o roteiro, em parceria com Thea von Harbou, com base em romance desta.
A crítica social de Metrópolis
Há cem anos surgiu o movimento Expressionista e há oitenta anos Lang fez esse filme de “ficção científica” alertando para o que tornou-se a expressão da realidade espiritual da atual humanidade. Por fora não deixaram ficar tão evidente a situação de escravidão como em Metrópolis está retratada pois os recursos que eles usam na "vida real" são bem mais sofisticados do que os que já foram usados pelo cinema. Mas internamente, em espírito, a humanidade se encontra em situação ainda mais sinistra e mais terrível do que a mostrada no filme.
Se hoje fôssemos fazer um filme que retratasse o sentimento vivo da realidade espiritual da atual humanidade não seria, certamente, um filme de ficção científica, mas um filme de terror.
“Metrópolis” previa a exacerbação dos conflitos do capitalismo industrial. Traçava um futuro sombrio, com cidades segregadas, humanos robotizados e opressão das classes trabalhadoras. Mas a saída, pelo filme, não é o conflito. Lang não crê na união dos trabalhadores, não acredita na revolução do proletariado como solução. Acredita na visão humanista e conciliadora partindo do próprio capitalismo. Diante do pessimismo da época, a saída para melhorar o quadro de exclusão, opressão e exploração só viria com a mudança de posicionamento daqueles que detêm o poder econômico. O Estado, totalmente inexistente no filme, não teria nenhuma finalidade.
A única solução para um mundo mais digno e justo seria uma postura responsável do poder econômico, com industriais mais preocupados com as condições de vida de seus funcionários. Em um mundo em que a polarização entre comunismo e capitalismo começava a despontar, Lang já apontava para uma terceira via, uma idealista e romântica visão de responsabilidade social dos empresários.
A única solução para um mundo mais digno e justo seria uma postura responsável do poder econômico, com industriais mais preocupados com as condições de vida de seus funcionários. Em um mundo em que a polarização entre comunismo e capitalismo começava a despontar, Lang já apontava para uma terceira via, uma idealista e romântica visão de responsabilidade social dos empresários.
Restauro
A versão original do filme foi conseguida graças à cópia encontrada há dois anos no Museu do Cinema de Buenos Aires, a mais parecida até agora à estreada por Fritz Lang em 1927.
A nova versão foi reconstruída em uma árdua tarefa que durou ano e meio, e dura 25 minutos mais que a edição conhecida até hoje dessa parábola futurista sobre a repressão operária.
Curiosidades
- A composição da torre de Metropolis foi inspirada na obra "Torre de Babel" do pintor flamengo Pieter Brueghel, do século XVI A máscara da ginóide foi inspirada nos trabalhos dos escultores Oscar Schelmmer e Rudolf Belling.
- Madonna em 1989 se inspirou no filme para fazer seu famoso videoclipe de "Express Yourself".
- A arquitetura da Los Angeles do Filme Blade Runner representa uma retomada da idéia esboçada no filme Metrópolis de Fritz Lang de 1926. Ela simboliza a falência do urbanismo moderno, pois representa uma postura crítica diante do esgotamento da cidade utópica do futuro.
- A banda inglesa Queen incorporou cenas do filme no clipe da música Radio Ga Ga.
um filme fantástico!
ResponderExcluircirculam tantas versões, picotadas... foi uma grande descoberta achar uma cópia inteira e em condiçoes razoáveis na cinemateca argentina. milagre que tenham sobrevivido estes filmes de nitrato, numa época q ninguém falava em preservação, conservação de nada.