28 de março de 2010

Jules Verne




O mais lido, publicado e traduzido autor do século XIX, Júlio Verne - em francês Jules Verne - nasceu em 8 de fevereiro de 1828 na cidade francesa de Nantes. Encaminhado a Paris para estudar direito, Verne logo desiste da ideia e passa a tentar outras atividades. Transitou, inclusive pela Bolsa, como corretor de valores.

Frequentador assíduo da Biblioteca Nacional, apaixona-se pela leitura de novas descobertas científicas que possibilitavam novidades desconhecidas. Ao mesmo tempo vai sempre à residência de Jacques Arago, um explorador que se tornara cego. Ele conhece inúmeros viajantes e geógrafos que lhe abrem a imaginação para países distantes e desconhecidos.

Em 1863 entrega a Hetzel os manuscritos de “Cinco Semanas num Balão”, que inicia sua nova fase de escritor. Entusiasmado com o que tinha em mãos, o editor o contrata imediatamente por vinte anos, obrigando o autor a lhe entregar duas obras por ano. Hetzel não se enganara. O sucesso de “Cinco Semanas num Balão” foi estrondoso e o romance traduzido para todos os idiomas da Europa. Durante os 40 anos seguintes, Julio Verne publica uma vastíssima obra que é considerada a matriz principal da ficção científica do século XX.

Júlio Verne escreveu obras de aventura e ficção científica que influenciaram gerações como "Cinco Semanas em um Balão" (1863), "Viagem ao Centro da Terra" (1864), "Da Terra à Lua" (1865), "Vinte Mil Léguas Submarinas" (1869) e "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (1872).



Como é do conhecimento de alguns vernianos, a cidade de Vigo (Espanha) homenageou Júlio Verne (no centenário da sua morte) com uma estátua, pela referência da baía de Vigo em “20.000 léguas submarinas”, como também pela sua passagem na cidade em 1878 e 1884 quando da viagem de Verne à capital.
Júlio Verne foi um dos primeiros escritores a praticar uma literatura na linha da moderna ficção científica. Verne previu, entre outros inúmeros inventos, a televisão; o helicóptero; o cinema falado; a iluminação a néon; o ar condicionado; os arranha-céus; os mísseis teleguiados; os tanques de guerra; os veículos anfíbios; o avião; a caça submarina; o aproveitamento da luz e da água do mar para gerar energia; o uso de gases como armas químicas.
Jules Gabriel Verne Allotte começou sua carreira literária após seu pai, Pierre Verne, desiludir-se com a sua trajetória de advogado. Tentou ingressar no teatro e escrever poemas e peças, e também tentou a sorte com a música, sem êxito. Em 1848 compôs, com Michel Carré, dois libretos para operetas, e, em 1850, uma comédia em verso, em parceria com Alexandre Dumas Filho. Só descobriu seu verdadeiro gênero literário ao escrever algumas narrativas de viagens.
Seu primeiro grande sucesso, "Cinco Semanas em Balão", foi recusado por quinze editoras, que não viam no livro mais que uma tentativa frustrada de predizer o futuro. Até que, apresentado por Alexandre Dumas Filho, Verne conheceu Pierre Jules Hetzel, o editor mais influente de Paris, que lhe propôs escrever dois livros por ano. O sucesso foi gigantesco. Júlio Verne foi um dos mais imaginativos e populares escritores de todos os tempos.

Foi influenciado por Jonathan Swift, com seu livro "Viagens de Gulliver", por Daniel Defoe e seu "Robinson Crusoé", e ainda por Edgar Allan Poe e sua obra macabra. Júlio Verne sabia captar o que agradava aos leitores de todas as idades, conseguindo mantê-los atentos e curiosos. Sua atualidade ainda se mantém, assim como sua popularidade. Seus livros figuram entre as obras mais conhecidas e apreciadas do mundo.

A lenda familiar dos Vernes relata que Jules, com a idade de 11 anos, fugiu de casa clandestinamente a bordo de um navio de três mastros La Coralie, que partia para as Índias. A autenticidade desse acidente está muito longe de ser confirmada, no entanto, a paixão de Jules Verne pelo mar e pelos seus navios foi uma realidade. Uma outra lenda, que Jules procurou sempre desmentir, diz que as viagens extraordinárias são obras de um sedentário, que nunca teria viajado. No entanto, a maior parte dos numerosos romances foi inspirada em viagens reais. Com efeito, sua primeira viagem o levou à Grã-Bretanha em 1859, relatada em seu romance Voyage a reculons em Angleterre et em Ecosse, que permaneceu inédito até 1989. Seus romances Les Indes noires e Le Rayon-vert são inspirados nessa viagem. Além disso, Une ville flottante é um relato romanceado da sua travessia do Atlântico a bordo do Great-Eastern, o maior transatlântico da época.

Júlio Verne possuiu três iates Em 1865, adquiriu uma barco de pesca que batizou de Saint-Michel, em homenagem ao filho. Em sua primeira viagem, procurou o seu irmão Paul, em Bordéus. Ele escreveu a Hetzel: "Eu não pude resistir ao desejo de ir procurá-lo por mar e trazê-lo por mar. Uma travessia de cinco a seis dias, eis tudo; e você sabe, nada de boa viagem sem uma ponta de Oceano".
Quando o barco estava sendo reformada em 1868, escreveu: "O barco avança! Ele será encantador, estou apaixonado por esse conjunto de prancha como rapaz de 20 anos por uma amante. Prometo que lhe serei ainda mais fiel."
Uma parte das 20.000 léguas submarinas foi escrita no barco. Desde a Inglaterra, escreveu a Hetzel: "Eu estou ancorado em Gravesand, no momento, de onde escrevo, e acabo de terminar o primeiro volume das 20.000 léguas submarinas, tudo como se estivesse no meu gabinete na rua de Sèvres! É bastante belo, que estímulo à imaginação".


Em 1876, o Saint-Michel foi substituído pelo Saint-Michel II, que tinha um arcabouço de 19 toneladas e 13 metros de comprimento.

Em 1877, Verne comprou do Marquês de Préaulx um soberbo iate, a vela e a vapor, que media 30 metros de comprimento e uma tripulação de 10 homens, a que deu o nome de Saint-Michel III: "Que loucura! Quantas viagens em perspectivas, quantos campos de impressão e quantas idéias a recolher."

Com o Saint-Michel III entre 1878 e 1885, no Mediterrâneo, realizou grandes cruzeiros a partir dos quais nasceram os romances Mathias Sandorf e Clovis Dardentor.


Saint-Michel III 

Júlio Verne vendeu esse magnífico barco provavelmente por razões financeiras, em 15 de fevereiro de 1886. Com a venda do Saint-Michel III, iniciou-se o período mais negro da sua vida. Em 9 de março, seu sobrinho Gaston atingiu-o com duas balas de revólver por razões que permanecem até hoje misteriosa. Desde então tornou-se coxo para o resto da vida. Em 17 de março, morreu Hetzel, seu editor, a quem considerava como o seu pai. No mesmo ano, seu filho único, Michel, pai de duas crianças, muito endividado, divorciou-se, casando-se de novo. O ano de 1887, começou com a morte de sua mãe.
Em 1900, Júlio Verne deixou a residência em que morou durante 18 anos na rua Charles Dubois, que havia alugado durante 10 anos, por uma outra, no boulervard Longueville que, menos espaçosa que a anterior, tornava a sua vida mais fácil. Depois de um longo período de enfermidade, faleceu em 24 de março de 1905. Hoje no cemitério de Madeleine, sobre o túmulo do escritor, uma escultura de Albert Roze representa Júlio Verne com um dos braços estendido para o céu como se desejasse proteger-se do Sol. É o último gesto de um homem ainda vigoroso que tem dilacerado a sua mortalha e repele sua pedra como para afirmar que os seus personagens ainda permanecem vivos.


Os temas das obras

Três são os principais temas tratados ao longo desta incrível produção literária: a máquina, a viagem e o fantástico, nos quais se movem os personagens do universo ou do universo univerniano.


Algumas ilustrações das Viagens Extraordinárias


 Autour de la lune (1868-69)
 Émile-Antoine Bayard and Alphonse de Neuville

 
Voyage au centre de la Terre (1864) 
Édouard Riou

 
Cinq semaines en ballon (1862) 
Édouard Riou and Henri de Montaut

 
De la Terre à la Lune (1864-65) 
Henri de Montaut


 
Primeira parte do Documentário - Visionários (Discovery Channel)


Fontes: 1, 2, 3, 4

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