18 de dezembro de 2010

Brasil é o convidado de honra do 3º Festival Mundial das Artes Negras, no Senegal



Por ser a nação com o maior números de negros fora do continente africano, o Brasil é convidado de honra do 3º Festival Mundial das Artes Negras, que se realiza em Dacar, capital do Senegal, costa oeste da África. “Brasil, terra da mestiçagem e da diversidade cultural, o festival será um símbolo da fecundidade e do diálogo entre os povos e as culturas” é o lema do evento, que se estende até o dia 31.

A primeira edição, realizada em 1966, também em Dacar, deu grande visibilidade aos anos de reconquista da dignidade dos povos negros em terras africanas, devolvidas havia pouco a seus habitantes. A segunda edição, em 1977, foi organizada pela Nigéria.



Na cerimônia de abertura, Doudou Ndiaye Rose comandou a percussão
 

O Brasil terá uma noite dedicada a suas riquezas musicais e outras manifestações artísticas – Chico César, Rappin Hood e a escola de samba Império Serrano estão entre os convidados. Espetáculos de dança e paradas populares inspiradas nos tradicionais festivais nacionais farão vibrar as ruas senegalesas. E, para que a festa seja total, restaurantes servirão especialidades brasileiras.

Um dos pontos mais importantes da participação do convidado de honra desta edição são as atividades na Ilha de Goree. De lá saíram cerca de 15 milhões de escravos, em sua maioria destinados ao Brasil. Por conta dessa história, a região tem muito respeito pelos sul-americanos.

Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares, responsável pela delegação do Brasil, comenta que os mais de 300 integrantes foram escolhidos para representar o maior grupo não só em quantidade, mas também em qualidade. Não há nomes do Rio Grande do Sul na comitiva, mas chama a atenção a frequência com que é citado o pesquisador e poeta gaúcho Oliveira Silveira, morto há dois anos, responsável pela instituição de 20 de novembro como data dedicada a Zumbi dos Palmares. Depois da descoberta, o Estado passou a ser visto como região que, além da colonização europeia, tem raízes negras.

Manoel Soares viajou ao Senegal a convite do 3° Festival Mundial das Artes Negras
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manoel.soares@rbstv.com.br

Fonte: Zero Hora

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