2 de agosto de 2010

História dos Leques

 
O leque, objeto usado desde a mais remota antiguidade, pois aparece nas pinturas murais do Egito e da Assíria, existe, pelo que se presume, há mais de 3 mil anos.

Várias são as lendas que correm sobre a sua invenção.
Uma das histórias, de fundo mitológico, conta que o primeiro leque se originou da asa de Zéfiro arrancada por Cupido para abanar sua amada Psiquê..
Outra, também muito encantadora, conta que a filha de poderoso mandarim, assistindo à festa das Lanternas, sentiu-se mal com o intenso calor desprendido das milhares de velas acesas e, contrariando os hábitos da época, discretamente retirou a máscara que lhe escondia rosto e com ela começou a se abanar, no que foi imitada por todas as mulheres chinesas presentes, nascendo assim o leque.

A energia elétrica com seus ventiladores e aparelhos de ar condicionado relegou ao passado os delicados e românticos leques, estes instrumentos refrescantes que nos remetem ao tempo em que os cavalheiros, com punhos e golas de renda e entre pitadas de rapé, cortejavam nos salões as belas damas, que por intermédio dos leques animavam as suas esperanças ou golpeavam mortalmente os seus sonhos.
Datados dos séculos XVIII, XIX e XX e produzidos no Oriente, na Europa e no Brasil, o Museu Histórico Nacional possui uma coleção de 109 leques.

Ventarola Tukano
Abano de fibra vegetal. Século XX,
Brasil. Produzido pela Tribo Tukano, do Amazonas.


Ventarola espanhola
Ventarola de folha, em papel pintado, com cenas típicas espanholas.
Cabo em madeira. Século XX. Espanha. 


 Plumas brancasLeque de plumas e penas brancas decoradas com penas recortadas formando insetos estilizados. Varetas de fibra vegetal. 
Século XX. Brasil.


Leque de baralho
Leque de "baralho" - ou seja, sem "guarnição" - em osso. Varetas recortadas, vazadas, decoradas com cena mitológica e aplicações em baixo relevo de folhas de ouro e prata. Século XIX. 



Renda bege
Leque com renda bege sobre organza preta e pintura de figura feminina ladeada por anjinhos. Varetas de madrepérola rosada, recortadas e vazadas, formando reservas mais claras em baixo relevo, decoradas com motivos fitomorfos e zoomorfos. Vareta mestre acompanhando à decoração. Século XIX. Assinado por G. Eylé. 



Leque Mandarim
Leque "Mandarim", de folha, dupla face, em papel pintado com aplicações de marfim nos rostos e seda nos trajes. Varetas de charão negro, decoradas com motivos orientais em dourado. Século XIX. China



Leque pintado
Leque de folha, dupla face, em papel pintado com cena de gênero na frente e no verso. Varetas de madeira recortadas, decoradas com cachos de uvas e folha de parreira. Vareta mestre esculpida. Século XIX.



Varetas de madrepérola
Leque de folha, dupla face, em papel pintado com cena de gênero. Varetas de madrepérola, recortadas, decoradas com reservas com pintura floral em policromia e em baixo relevo com aplicações de folha de ouro, formando motivos fitomorfos estilizados. Vareta mestra com espelho. Pertenceu à Condessa de Boa Vista. Século XIX. França. 



 Em madrepérola e tecido. Século XIX.


Leques

Prata dourada, esmalte e papel. Século XIX.
Comemorativo da organização do Império do Brasil. 320 x 590 mm
Marfim e papel. China. Século XIX.
Comemorativo da Independência do Brasil. 315 x 540 mm
Era hábito durante o reinado de D. João VI comemorar fatos historicamente significativos através de pinturas em leques. Este hábito foi intensificado durante o período de governo de D. Pedro I. Eram, geralmente, fabricados na China, através de encomendas nas "Casas da Índia", muito numerosas na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, nesta época.

 
Fonte: brasilcult
Imagens:  Museu Histórico Nacional

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