27 de agosto de 2010

Abraham Palatnik




Abraham Palatnik (Natal RN 1928). Artista cinético, pintor, desenhista. Em 1932, muda-se com a família para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Freqüenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa, Renina KatzAlmir Mavignier. Com este último freqüenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira, no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Franz Weissmann, Lygia Clark e outros. Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.

Palatnik foi um artista, um inventor, um revolucionário. Em 1951, seus trabalhos com aparelhos cinecromáticos quase não puderam participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo pois não sabiam em que categoria inscrevê-los. Acabaram entrando como pintura/escultura e receberam um prêmio especial de pesquisa. Os trabalhos de Palatnik já foram expostos em várias mostras no Brasil e no mundo. Ele inventou desde um novo jogo (misto de xadrez e damas) até um aparelho de descascar coco babaçu sem ferir a amêndoa. Passou do estudo da mecânica dos motores de explosão para a pesquisa de arte com a maior naturalidade, pois considerava a arte como um estágio natural da especulação científica. Dizia que a natureza nos rodeava de toda sorte de informações e que ele estava sempre procurando na natureza as suas informações mais secretas. É considerado um dos pioneiros da arte cinética.


O aparelho cinecromático 




 Os objetos cinéticos (1969/2001)


Mobilidade IV , 1959 - 1972
campos magnéticos
40 x 40 x 40 cm
Reprodução Fotográfica Enfoco/SP 


 Objeto Lúdico , 1965 - 2002
Ímã
33,5 x 33,5 x 4,3 cm
Coleção do Artista
Registro fotográfico Sérgio Guerini 


Sem Título , 1986
articulação em metal e movimento por micro motor
100 x 100 cm
Coleção Particular
Reprodução Fotográfica Vicente de Mello 
 


Mobilidade IV , 1965 - 2001
ímãs e eletroímãs, fórmica e vidro
35,5 x 35,5 x 14 cm
Coleção do Artista
Registro fotográfico Sérgio Guerini 


W-159 - 2007
acrílica sobre madeira



Histórico
Nascimento
1928 - Natal RN - 19 de fevereiro
Cronologia
Artista cinético, pintor, desenhista

1928/1932 - Vive em Natal, Rio Grande do Norte
1932/1947 - Transfere-se com a família para Israel
1942/1945 - Faz curso de especialização em motores de explosão na Escola Montefiori, Tel Aviv, Israel
1943 - Freqüenta os estúdios do pintor Haaron Avni e do escultor Sternshus; se torna aluno de estética de Shor, em Tel Aviv, Israel
1943/1947 - Estuda pintura, desenho, história da arte e estética no Instituto Municipal de Arte, Tel Aviv, Israel
1948 - Retorna ao Brasil e reside no Rio de Janeiro. Conhece o crítico Mário Pedrosa (1900 - 1981), de quem passa a receber orientação estética
ca.1948 - Levado por Almir Mavignier, orientador do ateliê de pintura, conhece o Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro
1949 - Inicia pesquisa no campo da luz e movimento
1951 - Dedica-se à solução de problemas técnicos industriais
1951 - Desenvolve processos de controle visual e automático em indústrias
1951 - Inventa várias máquinas e dispositivos de uso industrial e obtém patentes
1951 - Cria seu primeiro Aparelho Cinecromático
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, no Rio de Janeiro 
1955 - Projeta móveis modernos
1962 - Inventa um jogo de percepção O Quadrado Perfeito, e obtém copyright
1964 - Cria os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos Objetos Cinecromáticos
1988 - Participa, como convidado, do concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, promovido pela secretaria de Turismo do Rio de Janeiro
2002 - Recebe medalha do mérito Alberto Maranhão do Governo do Rio Grande do Norte
2002 - Lançamento do vídeo O Mundo da Arte - Abraham Palatnik - A Arte do Tempo, Documenta Vídeo Brasil, direção Carlos Cavalcanti.


Reportagem do "Metrópolis" sobre exposição do artista cinético Abraham Palatnik em São Paulo. Programa exibido em 18/09/2008 


Referências:

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