20 de junho de 2010

Henry Moore

Figura central na história da escultura moderna, Henry Moore foi classificado por alguns como último dos antigos e por outros como o primeiro dos novos.Atravessou o século XX fazendo a ligação entre rural e urbano, figurativo e abstrato, orgânico e manufaturado. Seu trabalho foi sempre humano na escala, ainda que monumental no tamanho foi sempre humano na escala, ainda que era grandioso e abertamente realista, agradou o público do mundo inteiro.
No começo de sua carreira, Moore trabalhou principalmente com entalhes, tanto em madeira como em pedra, para os quais desenhava esboços em papel. Para o artista, a necessidade de envolver-se diretamente com a madeira ou a pedra, respeitando o caráter particular de cada material em vez de tentar faze-lo parecer outra coisa, era de extrema importância. Em 1934 ele escreveu que “O material participa da formação de uma idéia apenas e tão-somente quando o escultor trabalha em contato direto e se relaciona ativamente com ele. A pedra, por exemplo, que é dura e concentrada, não deve ser modificada para ganhar aspecto de pele macia – não deve ser forçada, para além da sua estrutura, até um ponto de fraqueza. Ela deve conservar sua ‘pedritude’, sólida e tensa”.

Alguns anos mais tarde, ao produzir uma cavidade na peça esculpida, o artista descobriu ser possível conseguir uma tridimensionalidade ainda maior, sem enfraquecer o material – recurso que adotaria de inúmeras formas durante toda a sua carreira. A cavidade pode dar vida aos espaços interiores da escultura e ressaltar o papel do espaço vazio na valorização da forma, algumas vezes ele é usado para desdobrar a figura humana e quebrar a sua simetria, acrescentando um elemento surpresa à fruição do observador.
Quando, por volta de 1935, suas obras começaram a se tornar cada vez maiores, Moore passou a fazer estudos pequenos, preliminares, em três dimensões: as maquetes. Várias vezes explicou que a maquete permitia estudar a forma nas suas mãos, compreende-la como um todo, de vários ângulos, e visualizar como seria a obra em tamanho real.
No pós-guerra, as maquetes passaram a ser utilizadas como modelos também para os grandes bronzes. Nessa época Moore deixou de fazer desenhos preparatórios para suas esculturas, embora as peças tridimensionais e a produção em papel tenham muitos elementos em comum. Freqüentemente é possível acompanhar uma idéiadesde o desenho ou a gravura até a escultura, ou da escultura, no caminho inverso, até uma série de trabalhos desenvolvidos em papel.
Moore Desenhou durante toda a vida, primeiramente como um método de desenvolver idéias para esculturas e, depois, por puro diletantismo e para realizar experiências com água-forte e litografia. Suas monumentais esculturas em bronze são bem conhecidas, com diversos exemplares integrando coleções públicas por todo o mundo, enquanto os desenhos, gravuras, entalhes e maquetes são talvez menos familiares para o público brasileiro.

Moore era um homem quieto e despretensioso, sempre muito apegado aos seus ateliês. Viajava pouco, e quando o fazia era por motivos profissionais. A II Bienal de São Paulo trouxe-o ao Brasil para uma primeira e única visita, numa experiência que ele costumava relembrar com carinho.
O entusiasmo pelo trabalho de Moore segue inabalável em todo o mundo – um interesse que, na verdade, parece ter aumentado nos anos posteriores à sua morte. A razão disso é avaliar. Provavelmente tem algo a ver com a universalidade de seu imaginário e com o seu foco na síntese  das formas humanas da natureza.


Family Group - 1948/9
Bronze
Henry Moore Foundation

Reclining Figure - 1951
Bronze
106.00 x 228.60 x 73.70 cm
National Galleries of Scotland, Edinburgh


Draped Reclining Figure - 1952-53
Bronze
102 x 152 cm
Museum Ludwig, Cologne


King and Queen - 1952-53
Bronze
Keswick, Dumfrieshire, Henri Moore Foundation


 Three Standing Figures - 1953
Bronze
73.2 x 68 x 29 cm, including base
Guggenheim Museum, New York


Maquette for "Atom Piece" - 1964, cast 1970
Bronze
The National Gallery of Art, Washington D.C.


Vertebrae - 1968
Bronze
7.1 m (23 ft 4 in)
The Israel Museum, Jerusalem

Two Piece Mirror Knife Edge - 1976-1977
Bronze
The National Gallery of Art, Washington D.C.


Reclining Figure: Angles - 1979
Bronze
Henry Moore Foundation


1898 – Henry Moore nasce em 30 de julho em Castleford, no condado de Yokshire.
1919-20 – Matricula-se na Leeds School of Art.
1921 – Recebe bolsa de estudos para o curso de escultura no Royal College of Art, em Londres Passa a freqüentar o British Museum.
1922 – Interessa-se pelo entalhe e pelo trabalho de Gaudier-Brzeska e Brancusi. Faz suas primeiras esculturas.
1924 – Assume o cargo de professor no departamento de escultura do Royal College of Art, onde viria a lecionar por sete anos.
1925 – Com a bolsa de estudos, viaja à Itália, passando por Paris.
1927 – Executa vários trabalhos importantes em concreto moldado.
1928 – Primeira exposição individual, na Warren Gallery, em Londes.
1930 – Representa a Grã-Bretanha na Bienal de Veneza (com Jocob Epstein e John Skeaping).
1931 – Demite-se de seu cargo de professor do Royal College of Art. Passa a chefiar o novo departamento de esculturas na Chelsea School of Art.
1933 – Integra o grupo Unit One, de artistas de vanguarda, em Londres.
1934 – Herbert Read escreve e publica uma primeira monografia sobre sua obra.
1935 – Esculpe várias obras ao ar livre. Em vista das dimensões crescentes de suas obras, passa a trabalhar com esboços tridimensionais em escalas reduzidas, as maquetes.
1937 – Dá início a uma série de figuras com barbante inspiradas nos modelos matemáticos expostos no Science Museu, em Londres.
1939 – Executa sua primeira Litogravura.
1940 – Inicia a série Abrigo, de desenhos de figuras no metrô de Londres.
1946 – Viaja a Nova York, para acompanhar uma retrospectiva itinerante que é inaugurada no Museum of Modern Art.
1948 – Viaja a Veneza por ocasião da mostra individual no Pavilhão Britânico da XXIV Bienal, na qual recebe o Prêmio Internacional de Escultura.
1951 – Primeira Retrospectiva na Tate Gallery, em Londres.
1952 – Fase de intensa atividade escultórica: produz uma série de figuras em pé, formas internas/externas e relevos.
1953 – Participa da II Bienal de São Paulo e recebe o Prêmio de Escultura Internacional.
1957 – concebe várias figuras grandes da série Mulheres Sentadas e Reclinadas.
1959 – Leva exposições itinerantes à Espanha, Japão, Portugal e paises do Leste Europeu.
1960 – Começa a trabalhar em uma série de figuras reclinadas em duas peças.
1966 – Executa numerosos desenhos, águas-fortes e litogravuras.
1968 – Mostra retrospectiva comemora o 70º aniversário de Henry Moore na Tate Gallery.
1969 – O crânio de elefante com que é presenteado serve de inspiração para extensas séries de águas-fortes.
1974 – Viaja ao Canadá para a inauguração do Henry Moore Sculpture Centre na Art Gallery of Onorato, em Toronto.
1977 – Inaugura a Fundação Henry Moore.
1978 – O 80º aniversário é comemorado com exposições na Tate Gallery e na Serpentine Gallery, em Londres, e na City Art Gallery, de Bradford.
1979 – Depois de diagnosticado artritismo em suas mãos, passa a dedicar-se mais ao desenho e ao trabalho gráfico.
1982 – A rainha Elizabeth II inalgura a Henry Moore Sculpture Gallery and Centre for the Study of Sculpture, ligadas à Leeds City Art Gallery.
1983 – Uma grande exposição é realizada no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.
1986 – Morre em 31 de agosto em Perry Green, no condado de Hertfordshire, aos 88 anos.

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