26 de fevereiro de 2010

Filigrana


Filigrana é um trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho. O metal é geralmente ouro ou prata mas o bronze e outros metais também são usados. A filigrana foi utilizada na joalheria desde a Antiguidade greco-romana, sendo ainda empregada em grande variedade de objetos decorativos.
Atualmente, as peças de Filigrana podem ser encontradas com enorme visibilidade na Região norte de Portugal, usadas frequentemente no conjunto do vestido de noiva tradicional e, ainda, no traje feminino dos ranchos folclóricos.
No carnaval, a trajetória do carnavalesco Arlindo Rodrigues ficou marcada pela utilização de filigranas, marcadamente visto em seu desfile "O que é que a bahia tem?", desfile de 1980 na escola de samba Imperatriz Leopoldinense. No caso, materais como isopor e madeira cortada justificavam seus filigramas.

 
Filigrana em formato de prato

A origem: A palavra filigrana deriva do latim Filumm que significa fio e Granum, que quer dizer grão. Uma tradução literal nos levaria a concluir que se trata de um fio granulado. Esta definição surge pela aparência granulada que pode apresentar a superfície de algumas peças clássicas, já que os fios de metal vão envolvendo-se para serem acomodados na área que se deseja trabalhar.
Esta técnica é muito antiga (data pelo menos, do século VIII) e de distante procedência - China e extremo oriente. Desenvolveu-se posteriormente na Espanha e em Portugal, sendo trazida para a América através dos colonizadores.

Filigrana Portuguesa 

As filigranas são autenticas obras de arte concebidas por meio de um entrelaçamento de delicados fios de ouro e prata. Os ourives empregam como utensílios de trabalho, um alicate para moldar os fios, uma tesoura para cortá-los, um martelo que os ajusta para que, finalmente, se unam com um maçarico. Assim, com minúcia e agilidade criam verdadeiras jóias rendilhadas. 




O processo: A arte da filigrana nasceu como adorno de peças de ourivesaria em conjunto com granitos e outros enfeites, realçando chapas de ouro ou ziguezagueando em objetos mais requintados entre pérolas e pedras preciosas.
A
filigrana é inteiramente feita à mão e exige do ourives o mais alto grau de imaginação, paciência e habilidade.
O corpo da peça é constituído por uma armadura feita em lâminas de ouro e prata, alongadas até à espessura necessária que, desenhando a traço forte o seu contorno, se ramifica ainda em várias nervuras interiores, com a dupla função de dar consistência à peça, imprimindo-lhe desde logo uma primeira linha estética, e criar os espaços vazios onde vai operar a maravilha do seu rendilhado. A etapa mais delicada consiste em encher, com o auxílio de uma simples pinça, os espaços deixados vazios na armadura, com fios de ouro adelgaçados até à espessura de um cabelo, fios que o ourives hábil e pacientemente enrola em S's e em espirais, a que denominam-se rodilhões ou crespos.
Procede-se finalmente à fixação dos diversos elementos até então apenas ajustados, soldando-os sobre um carvão ou na aranhola (peça feita de curtos fios metálicos). Depois é já a fase de acabamentos - recozer, limpar, corar, brunir - e realizar a decoração da peça.

Fonte

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