16 de janeiro de 2010

Museus



 Sobre Museus

A palavra “MUSEU” , de origem grega, significa “templo das musas”., e já era usado em Alexandria para designar o local destinado ao estudo das artes e das ciências.
Hoje, o International Concil of Museums a instituição que conserva coleções de objetos de arte ou ciências, para fins de preservação ou apresentação pública.

Os museus modernos foram criados no século  XVII a partir de doações de coleções particulares como a de Grimani a Veneza. Mas, o primeiro museu como conhecemos hoje surgiu a partir da doação da coleção de John Tradescant, feita por Elias Ashmole, à Universidade de Oxford, conhecido como Ashmolean Museum. O segundo museu público foi criado em 1759, por obra do parlamento inglês, na aquisição da coleção de Hans Sloane (1660-1753), que deu origem ao Museu Britânico.
O primeiro museu público só foi criado, na França, pelo Governo Revolucionário, em 1793: o Museu do Louvre, com coleções acessíveis a todos, com finalidade recreativa e cultural.

O Séc. XIX surgem muitos dos mais importantes museus em todo o mundo, a partir de coleções particulares que se tornam públicas: Museu do Prado (Espanha), Museu Mauritshuis (Holanda).

Somente em 1870, nos Estados Unidos, é fundado o Museu Metropolitano de Arte, em Nova York.

No Brasil, o primeiro museu data de 1862, o Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (Pernambuco). Os outros museus brasileiros foram todos fundados durante o século XX, sendo o mais importante, pela qualidade do acervo, o MASP - Museu de Arte de São Paulo, fundado em 1947. 

Referências:
Besset, Maurice. "Obras, espacios, miradas. El museo en la historia del arte contemporáneo", in A&V-Monografías de Arquitectura y Vivienda, Madrid, 1993
BOURDIEU, Pierre e DARBEL, Alain. L’amour de l’art: les musées et leur public. Paris, Minuit, 1966
DELOCHE, Bernard. Museologica. Contradictions et logique du musée. Pref. André Desvallées. Éditions W, Mâcon,1989
Enciclopædia Britannica do Brasil
SHERMAN, Daniel J., ROGOFF, Irith (ed.) et alii. Museum Culture. Histories. Discourses. Spectacles. Routledge, London, 1994

Museus de arte no Brasil
Bahia
Espírito Santo
Minas Gerais
Paraná
Pernambuco
Rio de Janeiro
 Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
Museus de arte no mundo
Africa do Sul
Alemanha
Argentina
Áustria
Austrália
Bélgica
Canadá
Chile
Colômbia
Coréia do Sul
Costa Rica
Dinamarca
Espanha
Estados Unidos
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Ilhas Fidji
Índia
Inglaterra
Irlanda
Itália
Japão
Macau
Macedônia
México
Nova Zelândia
Peru
Polônia
 Portugal
Republica Tcheca
Rússia
Suécia
Suíça
Uruguai
Venezuela
Museus virtuais de arte
O AUTO-RETRATO
O Museu Nacional de Belas Artes abrigou a primeira exposição de auto-retratos realizada no Brasil,  em fevereiro de 1944, no Rio de Janeiro (então Capital da República).  A capa do catálogo dessa mostra ostentava o garboso auto-retrato de Artur Timótheo da Costa que faz parte de seu acervo desde dezembro de 1945.Prática muito comum entre os artistas, o retrato nada mais é do que a afirmação da persona, antes de ser um mero exercício formal ou manifestação narcisista. Herdamos incontáveis exemplos na História da Arte: figuras da nobreza, soldados, pensadores, papas, ricos comerciantes, estrelas cinematográficas e personalidades do mundo contemporâneo esportivo e político. Podemos fazer um passeio desde a antigüidade egípcia ou helênica situando-nos entre o autor anônimo da “Cabeça de Cleópatra”  até os ícones de hoje como Mao Tsé-Tung, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe (sem esquecer o “rei” Pelé), estes realizados pelo cultuado e argentário pintor pop norte-americano Andy Warhol.  E entre uma ponta e outra o caminho do retrato e do auto-retrato foi realizado por Dürer, Van Eyck, Fouquet, Rembrandt e mais adiante: Cézanne, Van Gogh, Picasso, Bacon, Lucien Freud e muitos outros contemporâneos,  além do mítico Andy Warhol.

 
O retrato, assim como diversos motivos na arte servem para múltiplas interpretações: seja o de ostentação e poder, riqueza, profano ou sacro, moeda de manipulação ideológica ou simples objeto decorativo. Por exemplo, o retrato de Che Guevara é uma bandeira de culto, assim como as imagens sacras pontuam uma fé, o retrato de Gertrud Stein por Picasso se torna o símbolo de uma escola: é o cubismo inaugurando uma nova época.Mas o que fica, é a passagem do homem pela História contada através da imagem, tornando o retrato e o auto-retrato, uma poderosa fonte de comunicação. Tarsila do Amaral pintou-se bela e elegante, (vestia-se nos anos 20 em Paris pela maison Poiret) e até o fim de seus dias zelou por sua cuidada vaidade. Outros elegeram flagrar-se em pleno ofício envoltos por pincéis e cavaletes, desdramatizando a imagem romântica do artista e optando por outra de simplicidade operária. Um exemplo muito difundido são os auto-retratos da excepcional artista mexicana Frida Khalo que se expõe completamente dramática e trágica em sua pintura autoreferente. Sem poupar-se, narra sua fragilidade pessoal.Os artistas brasileiros, (e alguns estrangeiros que viveram um período no Brasil e constam nesta coletânea, ) não diferem de seus pares internacionais: o pintor Antônio Bandeira é cor e festa, o primitivo José Antônio da Silva, um movimento de pinceladas curtas e ritmadas.  Djanira mostra a exuberância de seu tipo brasileiro bem acentuado. Raimundo de Oliveira é uma imagem rude, tosca, torturada e sofrida. Livio Abramo é puro sentimento apesar (ou justamente por isso) da contenção expressionista, enquanto o grande  Oswaldo Goeldi surge delineado, mas com rigor. Ado Malagoli mostra-se em sua ainda juventude e Pancetti e Guignard são dois exemplos bem acabados de culto da auto-imagem: pintaram-se repetida e continuamente um sem par de vezes.  Segall e Portinari, expressões marcantes e referências definitivas. Iberê Camargo mostra-se magistral na fase final de sua obra utilizando-se da autoreferência como uma quase "necessidade" enquanto assunto pictórico, embora se conheça apenas um auto-retrato dos tempos de seus primeiros passos profissionais. Mas, à parte, entre os nacionais permanece a inquietante presença de Ismael Nery (considerado um dândi) que em sua curta existência retratou-se com maestria. A presente exposição neste site procurou focalizar de modo múltiplo e abrangente - o quanto nossa pesquisa conseguiu permitir -  toda a gama de sentimentos que a figura humana pode expressar, desde a mais funda melancolia à pura e transbordante alegria. O mais turvo e profundo retrato verte o mais diáfano e raso olhar, a mais dolorida e rasgada solidão, o grito mais intestino, a aspereza de uma noite angustiante.Modernos ou clássicos, abstratos ou realistas, em tons claros e escuros, surrealistas ou acadêmicos, ingênuos ou contrastados, sombrios, geométricos e estilizados, ou ainda cubistas,  todos expressam a imagem idealizada: a pulsação da vida.
(Renato Rosa – co-autor do Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul)



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.