O desenvolvimento gradual do sofisticado conjunto de instrumentos registra contribuições dos variados gostos das sucessivas épocas.
Embora a maioria dos instrumentos musicais europeus seja facilmente reconhecida na orquestra atual, sua origem e seu desenvolvimento podem ser remontados aos tempos gregos e romanos.
Com a queda do Império Romano, que provocou confronto político e caos, a única fonte de harmonia no Ocidente provinha do ensinamento dos primeiros missionários cristãos. Porém, como a Igreja proibia o uso de instrumentos musicais no culto, poucos instrumentos sobreviveram desse período até o século XII.
Somente nos séculos XIII diversos instrumentos de corda passaram a ser mencionados nos textos antigos: dulcimer, saltério, rabeca e trombeta. A rabeca, semelhante ao instrumento árabe de duas cordas chamado rababe também surgiu no Ocidente por volta dessa época, e era tocada com um arco curto e recurvo. O dulcimer e os saltérios eram cítaras primitivas.
No tocante ao desenvolvimento dos instrumentos de sopro, dois tipos de flauta surgem nesse período: a flauta transversa e a flauta vertical, também conhecida como flauta doce. O principal instrumento de palheta era o charamela, que se chamava chalumeau na França. A cornamusa, ou gaita de foles também pode ser atribuída a esse período, e permanece em uso, com algumas modificações, até os dias de hoje.
Cistre - John Preston c. 1770
Esse cistre, ou guitarra inglesa, é um bom exemplo desse período, com tampo de pinho, borda pintada, roseta de metal e lados e fundos listrados. O braço com casco de tartaruga e afinado por sistema de cravelha.
Até o século XIII, o Império Romano influenciou os instrumentos musicais militares, especialmente as cornetas: eram geralmente feitas de cornos de animais e seguiam o padrão romano, sendo tocadas ao modo de uma fanfarra militar. O olifante, feito, como sugere o nome, da presa do elefante, era usado como imponente corneta cerimonial.
Os instrumentos de teclado foram mencionados pela primeira vez no início do século XV, quando surgiram o cravo e o clavicórdio. Virginais e espinetas talvez também já fossem conhecidos. A viela de roda foi citada pela primeira vez em manuscritos datados do século XII: era basicamente um instrumento folclórico, tocado por menestréis e músicos de rua.
Os instrumentos de percussão consistiam em pequenos pratos e tímpanos conhecidos também como nacaras. Surgiram também os pandeiros, que nessa época eram talvez compridos, tocados com baquetas.
Período Renascentista
Durante esse período fez-se uma distinção entre as diversas famílias de instrumentos musicais. Percebeu-se que a amplitude do registro de um instrumento era limitada, o que tornou inevitável o desenvolvimento de outro instrumento para abarcar um registro mais amplo, possibilitando assim o nascimento de toda uma família de instrumentos, de soprano a contralto, tenor, barítono, baixo e baixo profundo.
Os instrumentos de corda mais conhecidos do Renascimento eram o alaúde - originalmente um instrumento árabe introduzido na Espanha pelos mouros, e de lá disseminado pelo resto da Europa, a guitarra - também de origem espanhola - e o violino de arco, originalmente instrumento dos menestréis medievais, que mais tarde se diversificou na família das violas.
A família dos sopros também evoluía de forma semelhante: usavam-se vários tamanhos de flauta doce, do soprano ao baixo profundo, e variações da flauta, como o galubé e o flajolé, coexistiam com elas. As flautas transversais também podiam alcançar registros altos e baixos. No final do século XVI, desenvolveram-se diversos instrumentos de palhetas duplas, que abrangia o cromorno, o cervelato, a charamela, o curtal, o fagote, a bombarda e a doçaina. O fagote mais tarde se desdobrou numa família à parte para alcançar um registro mais amplo.
Durante o Renascimento, a família dos metais (instrumentos que só passaram a ser fabricados necessariamente com metal posteriormente) começa pela primeira vez a compor uma seção instrumental independente. O mais amplamente usado era o corneto, feito de chifre ou madeira, com orifícios para os dedos nas laterais. O serpentão surgiu perto do final do século XVI e, como seu nome sugere, tinha a forma de serpente, com orifícios para os dedos ao longo do seu corpo. A sacabuxa - ou trombone, como mais tarde ficou conhecida - apareceu pela primeira vez no início do século XVI e alcançou amplo reconhecimento sob a influência das manufaturas de metais Nuremberg.
Os instrumentos de teclado desenvolveram-se ampliando o número de cordas. No caso do cravo, várias cordas eram ligadas a única chave. O órgão foi inovado com um acréscimo de um segundo teclado, juntamente com uma mistura de registros que davam uma variedade de sons.
Na seção de percussão, o timbale ou tímpano, como foi chamado posteriormente, era um instrumento grande, em forma de vaso, originalmente introduzido pelos árabes na Europa no século XV. O xilofone e uma variedade de sinos de mão também eram usados nessa época.
Chitarrone - Michielle Horton, Pádua c. 1610
Esse instrumento exibe encordoamento de seis cordas duplas, mais seis bordões simples.
No tampo vê-se um belo exemplar de roseta tripla com arabescos.
Período Barroco
A Partir de meados do século XVII, com o declínio do Renascimento e surgimento do estilo Barroco, os instrumentos foram gradualmente transformados para se adequar a música mais exigente e versátil que começava a se desenvolver. O alaúde continuou a ser tocado durante o século XVII, e agora exibia algumas variações em relação ao instrumento original, como se vê pelo advento do arquilaúde e do chitarrone, que podem ser reconhecidos pelos braços compridos. A guitarra firmou-se de fato , e o bandolim surgiu no início do século XVIII. Embora a viola já estivesse bem estabelecida na maior parte da Europa, o violino foi se popularizando cada vez mais durante a primeira metade do século XVIII, especialmente na itália.
Até o século XVII, a maioria dos sopros era limitada, pois as notas produzidas não excediam o número de orifícios para os dedos, e o estilo de monodia exigia um registro e uma dinâmica muito mais amplos. Muitos instrumentos se tornaram obsoletos, mas alguns evoluíram em instrumentos de orquestras, como a flauta transversa, o oboé e o fagote. No início do século XVIII, o chalumeau francês modificou-se, transformando-se num instrumento de palheta simples - o clarinete - , capaz de produzir um registro mais amplo.
Embora os trombones e trompetes tenham permanecidos relativamente inalterados até o século XVIII, é nessa época que a trompa de caça francesa se transforma na trompa orquestral francesa.
Bugle de Chaves
Esse instrumento é feito de prata, com grinalda de prata banhada em ouro, e tem dez chaves.
O desenvolvimento posterior dos instrumentos de teclado pode ser observado primeiramente no cravo, que se transformou num instrumento solo contínuo ou melódico. Os teclados também foram aumentados, para permitir melhor expressão da gama musical do final do século XVIII. Ao mesmo tempo, o clavicórdio havia se transformado de um instrumento com trastos num instrumento sem trastos, com o acréscimo de um teclado ampliado para cinco oitavas. O órgão se aperfeiçoou com a adição de registros, cordas soantes e vozes. Surgiram também as pedaleiras.
Período Clássico
Com a advento do período clássico, no final do século XVIII, e do romantismo, no século XIX, os músicos sentiram uma necessidade de alcançar uma qualidade tonal e uma dinâmica sonora muito mais requintadas. Isso coincidiu com a capacidade dos fabricantes de instrumentos de melhorar suas técnicas, o que ajudou os músicos a atingir uma competência técnica mais elevada, produzindo os desejados efeitos tonais e dinâmicos. Os instrumentos de corda foram divididos em duas grandes seções: cordas feridas por arco e dedilhadas. Com a introdução da viola, do violoncelo e do contrabaixo para completar a família do violino, formava-se a seção de cordas da orquestra. No início do século XIX, a harpa sofreu uma transformação com a introdução de sete pedais, que tinham a capacidade de elevar as notas de cada oitava um semitom. Embora a guitarra e o bandolim fossem amplamente usados nos seus respectivos países de origem, Espanha e Itália, foi o cistre, ou guitarra inglesa que predominou na Inglaterra no final do século XVIII e início do século XIX. Havia também alguns instrumentos híbridos de cordas dedilhadas, como a harpa alaúde e a lira-guitarra, que se desenvolveram na Europa a partir do século XVIII, tornando-se obsoletos por volta de meados do século seguinte.
Clarinete Contralto - L. Miraz, Udine c. 1830
Esse clarinete contralto em fá tem quatorze chaves quadradas de metal e é feito de madeira tingida, com remates em marfim. Há três articulações, com um ângulo de 120 graus na articulação média. Esse modelo tem um formato transicional entre a articulação "em caixa" com pavilhão de metal mais antiga, e o modelo reto posterior.
Como no caso dos instrumentos de cordas, os sopros se beneficiaram da melhoria na confecção dos instrumentos. Enquanto os instrumentistas do auge do período clássico eram capazes de produzir notas cromáticas por meio de um dedilhado onde os dedos se cruzavam, a introdução de chaves mecânicas ao corpo do instrumento ajudou a geral uma escala cromática mais facilitada. Em meados do século XIX, surgiu um novo instrumento de palheta única na França. Era o saxofone, que se tornou muito popular nas bandas do exército francês, difundindo-se mais tarde pela Inglaterra e pela América do Norte. Mais ou menos na mesma época, surgiu um instrumento de palheta dupla: o sarrussofone.
Serpentão - Heye, Londres c.1825
Esse exemplar tem três chaves e é feito de madeira com revestimento de couro. Os remates, a borda do pavilhão e o tudel são de metal. É o típico serpentão que se usava nas bandas marciais.
Os metais permanecem relativamente inalterados até o final do século XVIII, com o acréscimo das chaves ao trompete: essas, porém, foram superadas em meados do séculos XIX pela invenção do mecanismo de pistons, que deu ao instrumento muito mais versatilidade e esplendor. Ao mesmo tempo o serpentão foi substituído pelo oficlide, que por sua vez foi substituído no final do século XIX, pela tuba, que tinha modulação muito melhor em função dos pistons.
Embora o cravo tenha evoluído com algumas modificações até o final do século XVIII, foi o piano que se estabeleceu como principal instrumento de teclado. Os pianos passaram dos primitivos instrumentos quadrados e verticais aos modelos com armação de ferro de meados do século XIX.
Instrumentos de Corda
Viola de Gamba
A família da viola de gamba ("viola de perna", em italiano) é assim chamada porque os instrumentos eram todos apoiados entre as pernas durante a execução. Foram desenvolvidas na itália, no séc. XVI, mas logo se espalharam pela Europa, onde continuaram a ser tocados até o final do séc. XVIII. Embora o número usual de cordas na maioria das violas seja seis, não é incomum encontrar apenas cinco em vários períodos da evolução e, no caso da viola-lira, cinco, seis ou sete.
Viola de Gamba - Joachim Tielke
Assinado em "in Hamburg/an 1685"
O fundo exibe relevo ornamental entalhado, na forma de um medalhão oval de folhas e flores de acanto, em torno de uma figura feminina, a qual está sentada numa biga puxada por veados. O cravelhal é encimado por uma cabeça entalhada. (À esquerda)
Violino
Os violinos eram membros da família da viola da braccia, e sabe-se que já eram tocados na Itália em meados do século XVI. A família abrangia os violinos tenor e baixo, que mais tarde corresponderiam à viola e ao violoncelo, bem como ao instrumento conhecido simplesmente como violino, o soprano da família. A estrutura do violino permaneceu relativamente inalterada até cerca de 1800, quando se fizeram algumas modificações no cavalete. O violoncelo originalmente funcionava como baixo da orquestra de violinos, mas no início do séc. XVIII tornou-se instrumento solo. Os violoncelos anteriores a 1700 eram instrumentos grandes, mas depois dessa data foram ficando gradualmente menores, com o corpo de comprimento de cerca de 75cm.
Embora violinos, violas e celos tenham quatro cordas cada, o contrabaixo tem número variável: de três a seis.
Violino - Antonio Stradivari dito Stradivarius
Assinado "Antonio Stradivarius Cremonensis/faciebat
Anon 1706"
Esse violino, conhecido como Ex- Tipolini, teria sido propriedade de Franz Liszt, que o deu a Marchese Scipione Tadolini, um escultor.
Essa pochete tem corpo de madeira de bordo, com braço e mão numa só peça.
A pochete, ou violino dos mestres de dança, foi feita em meados do séc. XVI até o final do século XVIII, e usada como acompanhamento dos instrutores de dança que davam aulas particulares. São violinos pequenos e tubulares, feitos ou de uma única peça oca de madeira ou de placas coladas. Também foram feitos na forma de violinos em miniaturas, mas com braços mais compridos.
Arcos
Os arcos mais antigos eram geralmente convexos com uma ponta afilada, mas diante da necessidade de uma maior dinâmica sonora no final do século XVIII, gradualmente tornaram-se mais longos e côncavos, com um alargamento perto da ponta. Talão é o nome dado à parte do arco empunhada pelo músico; era feita de marfim e ébano, e às vezes incrustada de madrepérola ou prata.
Alaúde, Tiorba e Chitarrone
Embora o alaúde fosse um instrumento importante já no século XV, foi substituído no final do século XVII pela tiorba, pelo chitarrone e outros instrumentos de qualidade inferior. O clássico formato de pêra do alaúde foi obtido com a colocação de finas ripas em torno do tampo plano do instrumento. As cordas são amarradas a um cavalete, fixado no tampo do instrumento, passam por sobre o ouvido (orifício de ressonância, que pode ter uma bela peça trabalhada, conhecida como "roseta") e correm sobre o espelho, terminando nas cravelhas. O alaúde típico tem encordoamento sêxtuplo, permitindo o uso de cordas simples ou duplas.
A tiorba foi desenvolvida para possibilitar o uso de bordões mais longos. Tem braço mais longo que o alaúde, e um cravelhal dividido, possibilitando seis a oito cordas básicas numa das divisões, e seis ou sete bordões adicionais na outra.
O chitarrone é uma versão maior da tiorba. As cordas se dividem entre um cravelhal montado na parte inferior do braço e outro na extremidade deste.
Guitarra e Alaúde
Guitarra
A guitarra tem suas origens na Espanha e era usada em toda a Europa no início do século XVIII. Por essa época, o tamanho da guitarra era um pouco menor do que o dos instrumentos posteriores. Por volta de 1800, o formato da guitarra, que fora estreito e fundo, tornou-se mais largo e raso, com lados curvos. A roseta desapareceu, dando lugar a um orifício aberto de ressonância, e o número de cordas passou de quatro ou cinco para seis.
Lira-Guitarra e Harpa-Alaúde
Esses instrumentos datam do período que vai do final do século XVIII até cerca de 1840, e são desenvolvimentos híbridos da guitarra, da lira e do alaúde.
A lira-guitarra é uma guitarra de seis cordas assentada sobre uma base plana. É formada por um espelho central trasteado, ladeado por dois braços como os de uma lira, unidos no extremo superior por uma barra transversal.
A harpa-alaúde (foto) distingue-se pela coluna ornamental, como a da harpa, que parte do corpo do instrumento e é unida a um espelho paralelo por um braço curvo.
Bandolim
Por volta do final do século XVIII, na Itália, o pequeno alaúde, ou mandola, havia se transformado no bandolim. Os modelos mais famosos eram o napolitano e o milanês. Esses instrumentos de fundo abaulado tinham quatro cordas duplas, afinadas como as de um violino, com molduras de casco de tartaruga no tampo e incrustações trabalhadas no espelho. Os antigos bandolins milaneses tinham cordas de tripa e eram tocados com os dedos, enquanto os napolitanos tinham cordas de arame e eram tocados com plectro.
As cítaras têm caixa sonora de fundo chato e encordoamento de até 35 cordas de metal, afinadas por meio de cravelhas, mais ou menos como as do piano. O instrumento, porém, é dedilhado e também tem um espelho trasteado.
O dulcimer é comumente usado como instrumento folclórico especialmente na Romênia e na Grécia. Difere da cítara por não ter trastos. As cordas ficam estendidas ao longo de uma caixa sonora plana e, diferentemente da cítara, o dulcimer é tocado com um par de varetas ou baquetas.
Banjo
A referência mais antiga do banjo parece datar do início do século XIX, quando o instrumento foi desenvolvido na América do Norte. Foi levado à Inglaterra em meados daquele século pelos menestréis *Christy. O banjo é feito de uma caixa de ressonância circular de madeira, sobre o qual se estica um tampo de velino, fixado por tachas de metal ou parafusos. Banjos sem trastos eram mais comuns no início do século XIX, e foi somente depois da introdução do estilo de execução com plectro que se tornaram comuns os espelhos trasteados e as cordas de metal.
*Grupos de menestréis que imitavam os negros americanos, cuja origem é creditada a um certo George Christy, de Nova York.
Viela De Roda
Desde o século XII a viela de roda era conhecida em muitas partes da Europa como instrumento de manifestações folclóricas. Na França, o instrumento foi aperfeiçoado no século XVIII, assumindo o formato arredondado ou chato. As cordas são tocadas pela movimentação de uma roda ligada a um eixo instalado no corpo do instrumento. Quando a roda é colocada em movimento por meio de uma manivela próxima à caixa de ressonância, as cordas são tocadas por um conjunto de teclas montadas num teclado sobre o corpo do instrumento. Na outra extremidade do corpo, oposta à manivela, fica o cravelhal para seis cordas que passam, três a três, pelos dois lados do teclado.
Harpa
A harpa já era conhecida nos tempos medievais e desenvolveu-se no Renascimento, quando a demanda por uma nova música exigiu mudanças. Assim criou-se a harpa dupla, ou harpa duppia, que tinha uma fileira de cordas cromáticas ao lado das diatônicas. Em meados do século XVII, inventou-se a harpa tripla, com duas fileiras externas de cordas diatônicas e uma fileira interna de de cordas cromáticas. A harpa tornou-se um instrumento solo popular na Inglaterra no final do século XVII, e a dotada em Gales, transformou-se na tradicional harpa galesa dos séculos XVIII e XIX. Os pedais foram introduzidos no início do século XVIII: instalaram-se sete pedais em torno da base da caixa de ressonância, ligados ao mecanismo de cordas por alavancas montadas dentro da coluna. Ao apertar cada pedal, o instrumentista podia elevar um semitom a afinação das cordas. Mais tarde introduziu-se uma nova fileira de pedais, que permitiram que se elevasse mais um semitom. No final do século XVIII, a decoração da coluna da harpa com entalhe de motivos gregos, juntamente com delicada douração, deu-lhe o nome de harpa grega. No século XIX, a harpa adquiriu mais uma corda aguda e dois bordões, tornando-a assim ligeiramente maior. Modificou-se também a ornamentação, com entalhes de anjos e arcos que deram ao modelo o nome de harpa gótica. As primeiras harpas irlandesas tinham somente pouco mais de 60 cm de comprimento, mas no século XVIII transformaram-se em grandes instrumentos, com 30 a 50 cordas de metal. Esses instrumentos eram tocados principalmente por músicos folclóricos.
Instrumentos de sopro
Da simples flauta doce à novidade do século XIX, o saxofone, os intrumentos de sopro têm sido uma acompanhamento popular para cordas e voz em todo tipo de música.
Flauta doce
A flauta doce ou flauta vertical destacou-se no século XVI, como instrumento de conjunto de música antiga. Era formada de um tubo como uma pequena passagem de ar ou boquinha na extremidade superior, com sete orifícios para os dedos ao longo da parte frontal do tubo, e um orifício para o polegar na parte traseira. As flautas verticais do Renascimento eram construídas numa única peça, e portanto não podiam ser afinadas, resultando numa variedade de tamanhos que davam a combinação adequada com os diferentes tons dos outros instrumentos do conjunto. A gama e o tamanho típicos das flautas antigas são os seguintes: sopranino, 32 cm; soprano, 42 cm; tenor, 63 cm; baixo, 93 cm. Em meados do século XVII, o músico Jean Hotteterre inventou a flauta de três partes. Essa flauta era dividida em peça superior, com boquilha; peça mediana afilada com seis orifícios; e peça inferior transversa, que tinha mais recursos para executar a música mais expressiva da era clássica.
A flauta doce ou flauta vertical destacou-se no século XVI, como instrumento de conjunto de música antiga. Era formada de um tubo como uma pequena passagem de ar ou boquinha na extremidade superior, com sete orifícios para os dedos ao longo da parte frontal do tubo, e um orifício para o polegar na parte traseira. As flautas verticais do Renascimento eram construídas numa única peça, e portanto não podiam ser afinadas, resultando numa variedade de tamanhos que davam a combinação adequada com os diferentes tons dos outros instrumentos do conjunto. A gama e o tamanho típicos das flautas antigas são os seguintes: sopranino, 32 cm; soprano, 42 cm; tenor, 63 cm; baixo, 93 cm. Em meados do século XVII, o músico Jean Hotteterre inventou a flauta de três partes. Essa flauta era dividida em peça superior, com boquilha; peça mediana afilada com seis orifícios; e peça inferior transversa, que tinha mais recursos para executar a música mais expressiva da era clássica.
Flajolé
Os flajolés podem remontar aos tempos medievais, mas eram mais comuns na França no período que vai do século XVII ao século XIX. Esse instrumento era uma flauta em peça única dotada de quatro orifícios para os dedos e dois orifícios para o polegar; o músico soprava numa pequena boquilha de osso ou marfim, adaptada à extremidade superior do instrumento. Os primeiros flajolés eram usados para imitar o trinado dos pássaros, porém, mais tarde, se transformaram em instrumentos maiores, usados para tocar música dançante.
Fagotes
A partir do século XVIII, fizeram-se vários tamanhos de fagote e o contrafagote para ser tocada uma oitava abaixo. Esse tinha o corpo de comprimento de cerca de 166 cm, e na execução recebia o auxílio de uma parte inferior aumentada, possibilitando que fosse tocado na mesma maneira que um fagote de quatro chaves. Modelos posteriores de contrafagote foram modificados na França, mas uma versão mais moderna desenvolveu-se na Alemanha no final do século XIX.
Clarinete
O clarinete parece ter ter se desenvolvido a partir do instrumento seiscentista francês chamado chalumeau, que era composto de um tubo cilíndrico com sete orifícios para os dedos, um orifício para o polegar e uma palheta simples fixada à boquilha. Somente após o desenvolvimento do método "sistema de Boehm", que acrescentava mais chaves ao instrumento, que o clarinete se transformou num instrumento de capacidade técnica superior. Clarinetes altos, afinados em mi bemol, e clarinetes baixos, afinados uma oitava abaixo do clarinete padrão de concerto, desenvolveram-se no início do século XIX. Mais tarde, desenvolveu-se um modelo reto, no qual o pavilhão era ou de metal ou de madeira. Esse instrumento era usado principalmente nas bandas de sopros da Alemanha, durante o século XIX.
Saxofone e Sarrussofone
Das novas formas de instrumentos de palheta que surgiram no século XIX, a mais popular foi o saxofone. Isso porque o corpo de metal do instrumento tinha um largo duto central, capaz de produzir uma dinâmica sonora mais ampla do que outros instrumentos da seção de sopros. O tubo era de metal, com grandes orifícios totalmente cobertos por chaves. O inventor do saxofone foi Adolphe Sax, que desenvolveu o instrumento em meados do século XIX em Bruxelas, mudando-se depois para Paris. A família dos saxofones compreendia o soprano em si bemol, o alto em mi bemol e o barítono em mi bemol. Também foram fabricados alguns raros saxofones sopranos. Na década de de 1860 o saxofone foi adotado pelo exército francês e, ao final do mesmo século, foi introduzido em outras partes do mundo, notavelmente na América do Norte, onde se tornou um instrumento de sopro popular.
Mais ou menos na mesma época em que Adolphe Sax desenvolvia o saxofone, um chefe de banda francês, chamado Sarrus, introduzia um instrumento de palheta dupla e tubo de metal denominado sarrussofone, que tinha formato semelhante ao fagote e registro próximo do saxofone.
Serpentão
O serpentão tem parentesco com o corneto curvo dos séculos XVI e XVII, mas é afinado cerca de uma oitava abaixo em relação ao corneto tenor. Parece ter se desenvolvido na França e levado a Inglaterra no final do século XVII. O instrumento consiste num tubo de madeira em forma de serpente, com um duto central cônico. Revestido de couro, exibe seis orifícios para os dedos e é tocado soprando-se uma boquilha hemisférica feita de marfim ou chifre, que fica ligada a um tudel de metal encaixado na extremidade superior do corpo. Outras formas de serpentão, com duto central mais estreito, foram produzidas no início do século XIX. O bass horn, por exemplo, tem dois tubos paralelos ligados na base por um tubo em forma de U de duto central.
Metais
Trompas
Somente no final do século XVII surgiram os instrumentos de metal. Eram semicirculares ou de tubos enrolados sobre si mesmos, e usados ou como trompas de caça ou como instrumentos militares. Foi o advento da trompa de caça francesa no final do século XVII que determinou o formato da trompa orquestral posterior. Esse instrumento era composto de uma grande círculo, ou de uma ou mais espirais, como um pavilhão largo na extremidade inferior e um bocal na outra. O método de execução conhecido como hand stoping foi introduzido em meados do século XVIII. Nesse método, a mão direita era colocada dentro do pavilhão, alterando-se a passagem do ar os harmônicos podiam ser transformados em bemóis ou sustenidos acrescendo assim semitons à série harmônica natural.
Trompete
À medida que o trompete foi se tornando um instrumento mais frequente nas bandas militares e orquestras ao longo do século XVIII, a variação tonal foi se tornando uma característica desejável. Para abaixar a tonalidade era necessário estender o comprimento total dos tubos: isso se fazia inserindo comprimentos diferentes e apropriados de tubos no bocal.
No final do século XVIII, surgiu o trompete de chaves. Esse tinha no corpo de quatro a seis orifícios para passagem de ar, todos cobertos por chaves de metal fechadas. Quando pressionadas, essas chaves podiam se abrir para pressionar os harmônicos de intervalos musicais específicos. Embora o trompete de chaves tenha continuado a ser fabricado até 1840, foi o bugle de chaves que predominou nas bandas no início do século XIX. O bugle de chaves foi adaptado a partir do bugle de cobre de volta única, e afinado em dó ou si bemol. Os primeiros modelos tinham quatro chaves, porém mais tarde houve acréscimo de duas outras. Embora esse bugles de chaves fossem amplamente usados na Europa continental, tornaram-se mais importantes na Inglaterra e na América do Norte, onde foram tocados até meados do século passado.
Como no caso das trompas, foi a introdução do mecanismo de pistons, que revolucionou o trompete. A substituição das chaves por pistons permitiu uma articulação mais precisa.
Trombone
Os trombones mais antigos que se conhecem são as chamadas sacabuxas, feitas no século XVI pelos fabricantes de Nuremberg, que estabeleceram o formato básico e o método de execução para os quatrocentos anos seguintes. O trombone é basicamente um instrumento alongado em forma de S, no qual a escala é produzida pela movimentação da vara até a posição exigida para a execução da nota desejada. Quanto mais a vara é estendida, maior se torna o percurso do ar, o que produz uma nota mais grave.
Oficlide
O oficlide é um aperfeiçoamento do bugle de chaves baixo, e foi inventado por Halary no início do século XIX. É basicamente um instrumento com formato de fagote, feito de metal. Tem oito a doze chaves, instaladas em colunas fixadas ao corpo, que cobrem os orifícios abertos de passagem de ar. Um tudel de metal é inserido num encaixe da extremidade superior do tubo de metal. O bocal fica inserido no tudel. O oficlide era geralmente afinado em si bemol, embora tenham sido fabricados alguns instrumentos altos em mi bemol. Tornou-se um instrumento de banda popular em toda Europa e era ainda usado até o início do século XX.
Instrumentos de Teclado
Usados como instrumentos solos em diversas épocas, os instrumentos de teclado produzem uma magnífica variedade de sons que lhes confere um lugar nobre em relação aos outros instrumentos.
Cravo
O cravo já existia na Itália no início do século XVI e mais tarde difundiu-se pelos Países Baixos, onde a manufatura de instrumentos se concentrava em Antuérpia. No início do século XVII, a França tornou-se o centro dos aperfeiçoaentos posteriores do instrumento. A demanada por cravos na Inglaterra era satisfeita pelos instrumentos importados de fabricantes italianos ou flamengos, e somente no início do século XVIII os cravos começaram a ser fabricados na Inglaterra.
Os cravos variaram consideravelmente ao longo dos anos - de instrumentos de teclado único, com uma corda para cada tecla, a instrumentos de dois teclados com várias cordas para cada tecla, controladas por registros de mão e pedais. Durante o século XVI, o instrumento de teclado único com extensão de quatro oitavas era adequado para a música tocada na época, mas como foi necessário usar o cravo como instrumento contínuo para acompanhar cantores, foi acrescentado um teclado duplo, sendo cada um deles afinado num modo diferente. Mais tarde o cravo foi modificado novamente: ambos os teclados eram afinados no mesmo tom, e podiam ser tocados separada ou conjuntamente, alcançando maior volume: o teclado foi também ampliado, atingindo assim um registro de cinco oitavas.
Virginal
O Virginal tem as mesmas origens do cravo, mas difere no formato.
Órgão
Embora os órgãos tenham sido amplamente usados na Europa continental, somente no início do século XVIII o instrumento se desenvolveu na Inglaterra, onde então tinha apenas uma pedaleira com umas poucas notas. Em meados do século XIX, haveria novos aperfeiçoamentos com a introdução do órgão "romântico". Esse instrumento continha numerosos artifícios para simplificar a execução, e serviu de base para o órgão moderno.
Piano de Mesa
Traz a seguinte inscrição na placa acima do teclado:
"Fredericus Beck Londini Fecit 1786/10 Broad Street, Soho"
Esse piano de mesa de cinco oitavas tem caixa de mogno com orlatura de madeira de buxo sobre suporte de tala.
Pianola
Perto do final do século XIX, os instrumentos mecânicos se tornaram populares, especialmente com a introdução do mecanismo de pressão pneumática. Os pedais eram fixados externamente ao instrumento de teclado, permitindo que o ar fosse bombeado ao componente interno. Inicialmente, esse componente era constituído de um rolo de papel perfurado, instalado atrás do teclado. Por meio da ação pneumática, o ar era impelido pelos orifícios do papel, fazendo com que martelinhos percutissem as notas correspondentes no teclado.
Bibliografia consultada:
HISTORIA ILUSTRADA DAS ANTIGUIDADES: GUIA BASICO P/ ANTIQUARIOS, COLECIONADORES
Huon Mallalieu
Rosa, que post maravilhoso;
ResponderExcluiro conteúdo é generosíssimo!
abraços
é
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partilhar
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blogue
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conteúdo
Gracias, Denise
ResponderExcluirAbraços!
SKISO,
ResponderExcluirVolte sempre.
Abraço.
Que blog tão bonito. Parabéns!
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