8 de fevereiro de 2010

Unipampa



Centro de Interpretação do Pampa - Um projeto de futuro

Um espaço contemporâneo dedicado à pesquisa acadêmico-científica e à experiência sensorial e estética sobre o bioma pampa, sua história e sua gente, a fronteira e suas lutas, a natureza e a cultura. Esta é a proposta central que anima a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) a firmar, um convênio com a prefeitura de Jaguarão e com a credenciada empresa Brasil Arquitetura, visando ao desenvolvimento do projeto arquitetônico e da concepção museológica e museográfica, que apoiará a criação do Centro de Interpretação do Pampa.

O projeto arquitetônico consiste na estabilização das ruínas da antiga Enfermaria Militar (1880), situada no Cerro da Pólvora, o ponto mais elevado da cidade de Jaguarão, com a construção de novos pisos, paredes e tetos, predominantemente em vidro e concreto. Assim, mantém-se o aspecto de ruína imponente, fantasmagórica no imaginário infantil de gerações, mas – com engenho e arte – aquele lugar de sofrimento e compaixão, de vitoriosos e derrotados, passa a ter uma nova vida. Há de abrigar um interessante museu, dotado de avançadas tecnologias, para exibir a peculiar riqueza da natureza, da cultura e da história do pampa gaúcho.

Como órgão complementar da Universidade, será por excelência um espaço de trabalho acadêmico, onde se mostram resultados de investigação, debatem-se questões do passado, do presente e do futuro, encontram-se entes de perto e de longe, de cá e de lá. As crianças e os  adolescentes, como os professores de Educação Básica, terão especial programação, articulada com as escolas de toda a vasta região do pampa. Pesquisadores das mais diversas áreas de conhecimento disporão de apoio e incentivo para atividades que focalizem o passado, o presente e o futuro do pampa gaúcho.

Assim qualificado, o Centro de Interpretação do Pampa promete ser também um lugar turístico de primeira grandeza na região e na cidade de Jaguarão, que aposta nesta potencialidade em seu projeto de desenvolvimento econômico-social. Jaguarão está sendo incluída no PAC Cidades Históricas por possuir o mais expressivo e homogêneo conjunto arquitetônico de estilo eclético do Rio Grande do Sul e as ruínas da Antiga Enfermaria Militar, que irão compor o Centro de Interpretação do Pampa, é bem já tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul, junto com o Mercado Público, o Prédio do Fórum e o Teatro Politeama Esperança.

Trata-se, pois, de um projeto de futuro para a educação patrimonial e o fomento da produção científica, artística e tecnológica que emerge pela conjugação de esforços entre muitos e diversos atores. Tem origem no investimento do município de Jaguarão que, com a orientação iluminada da Superintendência Regional do Iphan no Rio Grande do Sul, resultou no estudo embrionário apresentado à população da cidade e à comunidade universitária, no próprio local, em memorável noite de novembro passado. Já está em curso a transferência de responsabilidade patrimonial das ruínas da Enfermaria Militar à Unipampa, conduzida pela Gerência Regional do Patrimônio da União, braço do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão neste estado. De outra parte, o projeto arquitetônico e de concepção museológica e museográfica está sendo contratado para entrega, por etapas, em até 180 dias.

Com estas providências da Universidade e a admissão de Jaguarão no seleto rol das Cidades Históricas, bem encaminhada pela prefeitura junto ao Ministério da Cultura e ao Iphan, poderão ser alcançados à Unipampa recursos do PAC Cidades Históricas para a construção e a implantação do Centro de Interpretação do Pampa.
É importante notar que o PAC Cidades Históricas é uma ação intergovernamental, originária da Casa Civil da Presidência da República, coordenada pelo Ministério da Cultura, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tem apoio do Ministério da Educação, entre diversos outros órgãos; e que se articula com a sociedade para preservar o patrimônio brasileiro, valorizar nossa cultura e promover o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade e qualidade de vida para os cidadãos. Tem suas bases no sucesso alcançado por outros projetos que adotaram o patrimônio cultural como eixo indutor e estruturante do desenvolvimento municipal e regional, muitos dos quais contam com significativa participação de universidades federais, que se comprometem com a gestão de sítios e equipamentos valiosos do patrimônio cultural, histórico e artístico, nestes desenvolvendo programas de formação acadêmico-profissional e de investigação científico-tecnológica.

A Unipampa, ao abraçar as ruínas da Enfermaria Militar, como a população de Jaguarão já o fez, assume o desenvolvimento do projeto do Centro de Interpretação do Pampa e amplia, já neste ano, sua oferta de cursos no Campus Jaguarão para incluir, ao lado de Letras e Pedagogia, História e Gestão do Turismo. O patrimônio cultural é, portanto, também um eixo indutor e estruturante do projeto de formação acadêmica da Universidade, que passa a contar com um privilegiado laboratório para estudantes e professores de variadas áreas do conhecimento. Preservar, conhecer e conviver nas ruínas da Enfermaria Militar: um projeto de futuro e muitas parcerias, o Centro de Interpretação do Pampa.

Jaguarão

Unipampa ajudará na revitalização das ruínas da Enfermaria


Foram firmados em Jaguarão o convênio e o contrato para o desenvolvimento do Centro de Interpretação do Pampa, espaço que irá revitalizar as ruínas da Enfermaria Militar. A cerimônia na sede da prefeitura celebrou a assinatura do convênio de cooperação mútua para a construção do museu entre a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), representada pela reitora Maria Beatriz Luce, e o município, representado pelo prefeito José Cláudio Martins . No ato foi realizada também a assinatura do contrato para a execução do projeto de recuperação do sítio histórico, a cargo da empresa Brasil Arquitetura, representada pelo arquiteto Marcelo Ferraz. Localizada no Cerro da Pólvora e datada de 1880, a Enfermaria Militar é bem já tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) do Rio Grande do Sul, e abrigará o primeiro órgão complementar da Unipampa, dedicado à pesquisa acadêmico-científica e à experiência sensorial e estética sobre o bioma do Pampa. O projeto nasce como fomentador da educação patrimonial e da produção científica sobre as condições naturais, culturais e sociais da região.

“Com um projeto que nos foi recomendado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), temos a segurança de estar diante de uma obra excepcional, que irá promover as melhores condições de desenvolvimento acadêmico, cultural, pessoal e econômico da região”, disse a reitora.
Durante a assinatura do contrato, o arquiteto Marcelo Ferraz esboçou um pouco do que será a reforma do prédio. “As entranhas da Enfermaria serão reveladas de maneira mais e forte e dramática. O museu tem de ser bom para a comunidade para ser bom para o mundo”.
A importância não só para o Brasil, mas também para o país vizinho Uruguai foi lembrada também pelo secretário de Cultura e Turismo, Carlos José de Azevedo Machado. “Ela voltará a ter o brilho que teve no final do século 19, desta vez de forma muito mais qualificada, e o Brasil e o Uruguai vão receber um presente”.
A cerimônia marcou o primeiro passo para a concretização das obras: a assinatura do contrato para a realização do projeto arquitetônico. E a agilidade no processo foi destacada pela reitora em seu discurso. “No dia em que o projeto for finalizado, nós teremos o material da licitação pronto para encaminhar ao PAC das Cidades Históricas. A nossa Universidade tem pressa porque a região precisa dela”, afirmou Maria Beatriz.   

Maria Beatriz Luce – Reitora da Unipampa

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