2 de fevereiro de 2010

Er hu

  



Durante as décadas de 30 e 40 do século passado, na cidade de Wuxi, no sul da China, um saltimbanco cego sempre era visto tocando um instrumento de duas cordas e pedindo esmola nas ruas. Os transeuntes, encantados com aquelas melodias, paravam para escutar. O artista começou a ser conhecido como "o Cego A Bing". O instrumento que ele tocava era o famoso er hu. Até hoje, sempre que falamos sobre o er hu, falamos também do Cego A Bing, os dois são inseparáveis na memória de muitos chineses. A origem do er hu pode remontar à Dinastia Tang, entre os séculos VII e X. Naquela época, o er hu era um instrumento popular nas minorias étnicas do noroeste chinês. Por mais de mil anos, o er hu foi usado para fazer o acompanhamento de óperas tradicionais.
Todas as composições de A Bing são consideradas clássicas. Dentre elas, se destaca "A Lua Refletida nas Fontes". A estrutura do er hu não é complexa. Ele é composto de quatro partes: um braço estreito, com 80 centímetros de comprimento, feito de madeira de alta densidade; duas cordas; uma caixa de ressonância em forma de copo coberta de um lado com um pedaço de pele de cobra; e um arco de bambu onde se ata crina de cavalo. O instrumentista toca o er hu sentado, apoiando a caixa de ressonância sobre a perna esquerda, enquanto a mão esquerda segura o instrumento e a mão direita controla o arco. De timbre suave e claro, o er hu pode alcançar 3 oitavas. Após a fundação da República Popular da China, a fabricação, reforma e interpretação do er hu se desenvolveram de forma acelerada. Hoje, o er hu é conhecido como o príncipe dos instrumentos tradicionais chineses. Na orquestra tradicional chinesa, o er hu serve como instrumento principal, como o violino na orquestra ocidental.




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