27 de fevereiro de 2010

Fasnacht de Basileia

As máscaras originais do maior carnaval da Suíça

Máscaras originais, música, sátira e muito confete: o Fasnacht de Basileia, maior carnaval da Suíça, chegou ao fim com o desfile de milhares de foliões.
O Carnaval de Basileia dura exatamente 72 horas. No terceiro dia da folia, dezenas de milhares de pessoas, incluindo turistas estrangeiros, assistiram ao desfile de 484 grupos carnavalescos pela cidade à beira do rio Reno, no triângulo Suíça-Alemanha-França. Além de carros alegóricos com sátira política, muita música e chuva de confete, um espetáculo à parte foram as máscaras usadas pelos foliões. 

Veja algumas fotos (fotógrafo: Geraldo Hoffmann/swissinfo.ch)


 

  

  

  

  

  

 

Thomas Feiner & Anywhen


Thomas Feiner & Anywhen - The Siren Songs

 


 Thomas Feiner & Anywhen - Dinah & The Beautiful Blue


  
Thomas Feiner & Anywhen - For Now

26 de fevereiro de 2010

Filigrana


Filigrana é um trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho. O metal é geralmente ouro ou prata mas o bronze e outros metais também são usados. A filigrana foi utilizada na joalheria desde a Antiguidade greco-romana, sendo ainda empregada em grande variedade de objetos decorativos.
Atualmente, as peças de Filigrana podem ser encontradas com enorme visibilidade na Região norte de Portugal, usadas frequentemente no conjunto do vestido de noiva tradicional e, ainda, no traje feminino dos ranchos folclóricos.
No carnaval, a trajetória do carnavalesco Arlindo Rodrigues ficou marcada pela utilização de filigranas, marcadamente visto em seu desfile "O que é que a bahia tem?", desfile de 1980 na escola de samba Imperatriz Leopoldinense. No caso, materais como isopor e madeira cortada justificavam seus filigramas.

 
Filigrana em formato de prato

A origem: A palavra filigrana deriva do latim Filumm que significa fio e Granum, que quer dizer grão. Uma tradução literal nos levaria a concluir que se trata de um fio granulado. Esta definição surge pela aparência granulada que pode apresentar a superfície de algumas peças clássicas, já que os fios de metal vão envolvendo-se para serem acomodados na área que se deseja trabalhar.
Esta técnica é muito antiga (data pelo menos, do século VIII) e de distante procedência - China e extremo oriente. Desenvolveu-se posteriormente na Espanha e em Portugal, sendo trazida para a América através dos colonizadores.

Filigrana Portuguesa 

As filigranas são autenticas obras de arte concebidas por meio de um entrelaçamento de delicados fios de ouro e prata. Os ourives empregam como utensílios de trabalho, um alicate para moldar os fios, uma tesoura para cortá-los, um martelo que os ajusta para que, finalmente, se unam com um maçarico. Assim, com minúcia e agilidade criam verdadeiras jóias rendilhadas. 




O processo: A arte da filigrana nasceu como adorno de peças de ourivesaria em conjunto com granitos e outros enfeites, realçando chapas de ouro ou ziguezagueando em objetos mais requintados entre pérolas e pedras preciosas.
A
filigrana é inteiramente feita à mão e exige do ourives o mais alto grau de imaginação, paciência e habilidade.
O corpo da peça é constituído por uma armadura feita em lâminas de ouro e prata, alongadas até à espessura necessária que, desenhando a traço forte o seu contorno, se ramifica ainda em várias nervuras interiores, com a dupla função de dar consistência à peça, imprimindo-lhe desde logo uma primeira linha estética, e criar os espaços vazios onde vai operar a maravilha do seu rendilhado. A etapa mais delicada consiste em encher, com o auxílio de uma simples pinça, os espaços deixados vazios na armadura, com fios de ouro adelgaçados até à espessura de um cabelo, fios que o ourives hábil e pacientemente enrola em S's e em espirais, a que denominam-se rodilhões ou crespos.
Procede-se finalmente à fixação dos diversos elementos até então apenas ajustados, soldando-os sobre um carvão ou na aranhola (peça feita de curtos fios metálicos). Depois é já a fase de acabamentos - recozer, limpar, corar, brunir - e realizar a decoração da peça.

Fonte

Murais em paredes de edifícios

O website Dark Roasted Blend publica artigos com fotos de vários murais em paredes de edifícios no mundo. Escolhi alguns para publicar aqui.

A seguir dois murais em Paris.


  


 


Abaixo um edifício em Cannes, França



Este a seguir foi pintado em Jerusalem.



O próximo é na Alemanha.



Um em Belfast, Irlanda




Em Lyon, França.




 


'Urban psychedelics' em Moscou



 


 



Um banquete de imagens - aqui no Dark Roasted Blend 

Projeto Haltadefinizione


Da experiência em fotografia digital, nasceu o projeto Haltadefinizione: uma galeria de imagens em alta definição das maiores obras-primas da história da arte. Através da parceria com os principais profissionais de tecnologia internacional, Haltadefinizione projetou um sofisticado processo de filmagem, certificado pelo Instituto Superior de Conservação e Restauro, que lhe permite produzir imagens de obras de arte extremamente nítidas e ricas em detalhes. Imagens Haltadefinizione constitue um válido estudo científico para apoiar a restauração e encontra aplicação em áreas dedicadas à valorização e promoção do patrimônio histórico e artístico.


 
 

Clique aqui para ver em detalhes 

25 de fevereiro de 2010

História dos vitrais artísticos


História dos vitrais artísticos
 
Inicialmente de proveniência oriental, eram compostos exclusivamente pela colocação lado a lado de vidros coloridos unidos entre eles pelo rejunte formando figuras abstratas. Sucessivamente, no transcorrer do século VIII encontrou aplicação e desenvolvimento no mundo ocidental difundindo-se a utilização da tela de chumbo que consente um amplo emprego do vitral em diversas e arrojadas soluções arquitetônicas. No curso do século sucessivo a introdução da grisaglia consentiu um refinamento da expressão pictórica criando um sombreado e evidenciando particularidades do desenho mediante a utilização deste pó que é espalhado, retocado e então fixado sobre o vidro depois do cozimento. Nos séculos seguintes predominou a utilização do vidro para a criação de vitrais na arquitetura religiosa. É sobretudo a França que acolhe e desenvolve esta forma de arte alcançando extraordinárias expressões e realizações durante o XII século, como os vitrais da Catedral de Reims, de St. Denis e Chartres (esta última com uma superfície que compreende um total de cerca de 7.000 metros quadrados). Os vitrais se desenvolvem com a arquitetura romântica mas a grande revolução e o seu momento de máximo esplendor se dá com a arquitetura gótica. Neste período os vitrais, cúmplices pela sua particular linha arquitetônica, se ampliam e se lançam alcançando e superando os três metros de altura. Em torno ao século XIV se pode presumivelmente datar a descoberta do "amarelo de prata" que consente o enriquecimento de tonalidades cromáticas sob a mesma chapa de vidro e confere luminosidade e profundidade às cores.
Na Itália esta forma de arte se afirma mais tarde em consideração à França, Espanha e Alemanha e se caracteriza principalmente pelo excessivo uso da grisaglia assumindo características de uma verdadeira e própria pintura sobre vidro. Siena, Assisi e Firenze são recordadas por suas extraordinárias realizações efetuadas pelos maiores artistas italianos. Os séculos sucessivos se caracterizam pela descoberta de modalidades expressivas entre as quais a técnica do "plaquet" (dois vidros, um transparente e um colorido, que são sobrepostos) e a introdução de esmaltes coloridos que levam a arte dos vitrais sempre mais de encontro a uma forma pictórica sobre vidro branco.

Os séculos XVII e XVIII constituem um período de declínio e apenas no século XIX se assiste a um retorno de interesse com a reascenção gótica na qual se tendeu a recuperar e redescobrir as características da arte do período passado. Se procedem numerosos restauros de obras antigas consentindo de tornar a valorizar de técnicas empregadas originariamente.


Sucessivamente será o
Art Nouveau* a abrir uma nova e moderna época de expressão dos vitrais artísticos e particularmente o seu grande expoente americano Louis Comfort Tiffany*(1848-1933) capaz de inventar um novo método de construir vitrais em vidro colorido, desfrutando com grande habilidade dos jogos de luz e dos efeitos da iridescência obtidos do vidro opaco que era muito difundido naquele período.

A partir deste momento até os nossos dias, os vitrais artísticos passaram a ser cada vez mais usados como um objeto de decoração "profano" evidenciando um seu destaque cada vez maior do seu uso fora do âmbito exclusivamente religioso dos séculos precedentes.

Técnicas para Vitrais
Começaremos a descrição desta técnica deixando de lado as fases iniciais que se referem ao projeto e ao corte das pastilhas de vidro. Recordamos apenas que se deve deixar um espaço em torno ao vidro para a solda. Principalmente deve se haver a disposição um apoio sobre o qual trabalhar.
Uma vez que o vitral é organizado se procede a fixar os pontos de intersecção: se faz uma solda em todos os pontos de união. O mesmo deve ser efetuado no lado de trás do vitral. Deve-se controlar corretamente a temperatura do soldador para que ela não seja excessivamente quente. A este ponto o trabalho vai consistir em completar todos os vãos existentes entre os vidros. O lado do avesso também deve ser controlado.
Existem diferentes efeitos que podem ser obtidos com o soldador. Assim como existem pátinas especiais que podem ser aplicadas após, dando efeitos especiais, de acordo com a sua composição. Recomenda-se aplicar a pátina após 24 horas que o trabalho tenha terminado.
O vitral é pronto. E pode ser lavado com sabão detergente neutro, para eliminar os eventuais traços de gordura. 


 Vitrail vitraux stained-glass Création d'un vitrail Atelier

 
Presentation de Vitrail saint Georges - Vitrail Center


 O imenso vitral da Glorificação de Nossa Senhora, obra-prima da arte cristã medieval, na Catedral de Chartres.

Vitrais e o altar-mor da Catedral de Notre-Dame


Dogwood - Louis Comfort, art nouveau

 Tree of Life - Louis Comfort, art nouveau

Vista da Baía Oyster - Metropolitan Museum of Art, Nova York
Louis Comfort

Para conhecer mais sobre vitrais acesse o seguinte endereço:
http://houdelier.com/index.htm

História do Vidro

A origem


A história do surgimento do vidro remonta milhares de anos, confundindo-se com a história da humanidade, suas conquistas nas diversas áreas, expansões culturais e territoriais


Preciosidades de vidro MEDart™, Esqueleto
A técnica digital e laser moderna torna possível esta realização de maestria filigrana! Modelos da 3B selecionados, em três dimensões no interior de um cubo de vidro ótico de alta qualidade.

Entre 3 e 4 mil anos atrás, sabia-se que através da fundição de elementos naturais em altas temperaturas chegava-se a novos materiais até então desconhecidos, como o ferro e o bronze já bastante utilizados. Em busca de novos resultados pesquisas eram realizadas. Indícios nos levam a crer que na região da Mesopotâmia, entre os Rios Tigre e Eufrates, alcançaram um resultado brilhante, opaco e rígido, com características bem diferentes dos metais, lembrando mais um pedra preciosa. Eram os primeiros passos para que com esta pasta vítrea, séculos e séculos depois, se chegasse ao vidro como é hoje conhecido.

As matérias fundidas então eram a sílica em forma de areia e quantidade preponderante, o natron - material sódico que baixava o ponto de fundição da sílica, e cinzas vegetais com boa quantidade de potássio e mais alguns óxidos. Esta mistura precariamente fundida em precários fornos, passava ainda por um processo de purificação difícil e demorado onde eram acrescidos óxidos que lhe davam cores.
O vidro é com certeza uma das mais belas e admiráveis produções da indústria humana. A arte de se fabricar o vidro é simples nos seus princípios, mas complexa nos seus detalhes e plena de dificuldades na prática. São necessários artesãos e artistas inteligentes e preparados a fim de conseguir a perfeição nesta arte.
O vidro provavelmente sempre existiu, tendo sido formado de modo natural em seguida a fenômenos terrestres que levaram a repentinos aumentos de temperatura e à fusão a areia, quartzo e rochas sílicas. Acredita-se que o homem da idade da pedra já utilizasse esse tipo de produto natural para construir instrumentos afilados.

A tradição deseja mostrar que a descobrir o vidro e a tomar consciência deste material tenham sido os Fenícios propositalmente, acendendo fogo nas beiras do rio Belo na Síria e provocando a fusão por calor de blocos de nitrato, dando origem a um material duro e semi-transparente.


No início o berço do desenvolvimento deste material foi o Oriente. A Síria e o Egito desenvolveram os primeiros objetos em vidro que os comerciantes e navegadores difundiram em todo a área do Mediterrâneo.
O conhecimento deste sistema de produção se expande pela Fenícia, Síria e norte da África, no Egito. Com esta pasta vítrea eram produzidos pequenos objetos decorativos, de uso pessoal ou doméstico, que se limitavam a placas, cilindros, anéis, miniaturas e imitações de pedras preciosas, muito valorizados e destinados a elite da época.

A grande evolução da produção vidreira foi séculos mais tarde quando se passou a utilizar um tubo oco metálico que possibilitava que a pasta vítrea fosse soprada ganhando formas variadas, como garrafas, vasos e vários utensílios. O resultado do desenvolvimento desta ferramenta é a cana de vidreiro até hoje fundamental na produção do vidro artístico.


Da Alessandria, centro inicial da produção e desenvolvimento de novas técnicas, aos conhecimentos e os manfaturados são exportados para a Grécia e para Roma.


Durante o Império Romano a produção e a utilização do vidro tiveram um grande desenvolvimento. Foi idealizada a técnica do sopro, difundindo-se objetos e contenidores decorativos e, pela primeira vez se inicia a produção de quadros em vidro para janelas. O Império Romano com a sua intensa atividade comercial e a sua política expansionista contribuiu enormemente para a difusão da técnica da fabricação do vidro. São os romanos que começaram a introduzir este material na arquitetura e nas mais belas casas e edifícios públicos, que foram embelezados e ficaram mais preciosos com a utilização deste material que então era produzido cada vez mais em diversas formas e cores.


Numerosos descobrimentos nas escavações de Ercolano e Pompéia e em algumas cidades inglesas testemunham a enorme difusão da técnica de se trabalhar com o vidro.


No período Medieval, depois do transferimento da capital romana para Bisanzio, houve uma diminuição quanto ao desenvolvimento desta técnica. Foi novamente a parte oriental do Império que começou a se desenvolver com a construção de mosaicos de vidro colorido que começaram a recobrir janelas e cúpulas das basílicas, dando origem aos primeiros vitrais artísticos. A partir do século XI a escola de vidraçaria oriental perde a supremacia em favor daquela do Ocidente.
A expansão do vidro acompanhou a trajetória das conquistas territoriais tendo séculos mais tarde uma grande influência do Império Romano, que havia trazido do Egito artífices que com seus conhecimentos produziram o vidro romano e mais tarde o disseminaram pela Europa.

Na decadência do Império Romano, as famílias que dominavam as técnicas e os conhecimentos vidreiros se espalharam pela Europa. Alguns grupos específicos se destacaram por motivos próprios, como aqueles de Altare e Veneza no norte da Itália. A cidade italiana de Veneza assume o papel central e em particular a Ilha de Murano se transforma no centro propulsor de um novo desenvolvimento abrindo as portas para a produção de vidro na Itália. Veneza tem um papel muito importante na história do vidro, sua produção era incentivada para fins comerciais com o oriente, tanto que para resguardar seus segredos, em 1290 as fábricas de vidro foram limitadas à ilha de Murano à setecentos metros de Veneza, onde a entrada e saída dos mestres vidreiros era severamente controlada. Em contrapartida, estes artesãos receberam regalias de nobres inclusive com direito de cunhar suas próprias moedas de prata e ouro.

A importância de Murano, que passou a ser sinônimo do vidro ali produzido, foi a constante busca do aperfeiçoamento das técnicas e qualidade, tendo sido, na ilha no século XV descoberto o primeiro vidro cristalino, ou transparente.

A produção vidreira já era realizada em vários pontos da Europa, Oriente e Ásia. Com o vidro cristalino um novo impulso toma conta do mundo vidreiro. Na Inglaterra, países nórticos e na Bohemia o chumbo é adotado como fundente originando peças utilitárias finas, com sonoridade e brilho intenso.

Murano aperfeiçoa seu vidro artístico, colorido, exigente de um trabalho artesanal e de muita criatividade mantendo assim a tradição das origens egípcias e fenícias.

Enquanto Murano manteve-se produzindo o vidro artístico cem por cento dependente do trabalho manual, a indústria do vidro implantou cada vez mais as máquinas em sua produção, aperfeiçoando o vidro plano em grande variedade e toda sorte de produtos, de componentes de naves espaciais à panelas, que hoje fazem parte da vida do homem moderno.

Os métodos de corte e as técnicas de produção artística elaboradas no período Medieval continuam substancialmente sendo os mesmos de hoje. O primeiro e maior tratado que se refere à fabricação de vitrais foi escrito por Theophilus e data do início do século XII secolo e descreve em modo inacreditavelmente eficaz as fases de projeto e realização de um vitral mediante fasese e técnicas que os artesãos do vidro reproduzem fielmente ainda hoje.

A Revolução Industrial com as suas técnicas para a produção de massa, as incríveis inovações tecnológicas, os melhoramentos na construção dos fornos e as invenções de máquinas automatizadas não alteraram aquilo que resta como essência na obra criativa artesanal.

Características do Vidro
Material constituído esencialmente de sílica, se apresenta como uma massa amorfa homogênea, dura, frágil, transparente e impermeável. Possui uma considerável resistência mecânica, é bom isolante elétrico e é resistente a agentes químicos com excessão do ácido fluorídrico e dos alcalinos concentrados.

Considerado do ponto de vista físico como um líquido altamente viscoso, o vidro se obtém fundindo-se a uma temperatura entre 1300 e 1600 °C uma mistura composta principalmente de areia sílica adicionada de substâncias que facilitam a fusão e outros estabilizantes que têm como função estabilizar a sua estrutura. Colorantes, descolorantes ou outros componentes podem ser misturados de acordo com as características que se desejam imprimir ao produto final. Em seu estado líquido o vidro pode ser modelado recorrendo-se a métodos diferenciados: colagem, sopro, pressão, laminação, etc. Uma vez formado o vidro este vêm novamente submetido a uma temperatura suficiente para eliminar as tensões internas quando então deixa-se que este se resfrie lentamente até alcançar a temperatura ambiente.

Com a finalidade de discorrer a respeito da criação dos vitrais artísticos é útil classificar os vidros em algumas macro-tipologias com características muito distintas entre elas.

O vidro catedral é provavelmente o mais difundido e conhecido: apresentando-se com uma superfície não perfeitamente lisa, transparente, notadamente resistente, com uma coloração uniforme, geralmente em tons não muito acesos.

Pode ser "antigo", com uma superfície mais irregular ou ainda produzido industrialmente e de consequência dotado de uma trama mais uniforme. É largamente usado nos vitrais artísticos, sobretudo como fundo, devido à sua fácil combinação com outros tipos de vidro e pelo contraste e jogo de cores que gera quando é atravessado pela luz. É disponível em uma gama restrita de cores e está entre os mais econômicos.

O vidro opaco se caracteriza pela sua escassa transparência e pela presença de ramificações que dão à peça um efeito de marmorização. É encontrado em numerosas variedades de cores sejam monocromáticas que seja com a combinação de duas ou mais cores fundidas em modo não homogêneo. Isto rende diversa uma placa de outra em infinitas combinações de ramificações e tonalidades.

O vidro soprado, de origem americana, foi introduzido por Louis Comfort Tiffany* aproximadamente no final do século IX e é utilizado principalmente na realização de abajours, objetos de decoração e peças decorativas nos vitrais. Este vidro se obtém e se trabalha de acordo com o antigo ensinamento dos mestres nesta arte através do sopro do vidro líquido. Ele se apresenta como uma superfície lisa mas irregular, com a presença de bolhas de ar que o rendem particularmente fascinante. É presente em uma numerosa variedade de cores e provavelmente é o tipo de vidro mais nobre e mais frequentemente utilizado em vitrais de alto valor.

O vidro colorido pode ser visto como uma variável do vidro opaco, é caracterizado por estrias e variadas nuances de cor que se distribuem em maneira não uniforme sob um fundo transparente. O resultado é um interessante efeito de semi-transparência e de profundidade. Esse também se apresenta em diversas nuances de cor e variações de tonalidade de uma mesma cor ou distribuindo duas ou mais cores na mesma placa.

Estas podem certamente serem consideradas as principais tipologias de vidro mais comumente usadas na produção de vitrais artísticos: é necessário entretanto sotolinear que como existem diversos tipos de vidro, às vezes estes podem derivar das precendentes tipologias principais, que geralmente são empregadas na produção artística devido aos efeitos particulares que conseguem criar.

Temos ainda o vidro iridescente, caracterizado por nuances de madrepérola iridescentes; o vidro espelhado, que se adapta a particulares peças trabalhadas com a técnica da incisão ou do mosaico; o vidro fumê, econômico e próprio para o emprego em decoração; o vidro fractures, caracterizado por partes e fragmentos irregulares de vidro colorido distribuídos sob uma superfície transparente ou opaca, geralmente utilizado como fundo nos vitrais modernos; o vidro barroco, com as suas características de grandes estrias coloridas com o efeito "onda"; o vidro "water glass", que simula com o seu efeito ondulado a supefície da água do mar; o vidro a anéis, muito precioso, composto de marcas circulares concêntricas que, uma vez iluminadas, se dilatam criando efeitos espetaculares, sendo utilizado principalmente na fabricação de abajoures; o vidro a granito, geralmente produzido artesanalmente e caracterizado por uma superfície intencionalmente áspera e irregular.

A escolha do tipo de vidro é evidentemente subjetiva e ligada ao tipo de produto que cada um deseja obter. Geralmente se utilizam vidros transparentes e de cores tênues para os fundos e vidros intensos e opacos para os particulares em primeiro plano.

A combinação das cores é ligada ao gosto pessoal e também ao conhecimento de algumas regras de base referentes à Teoria das cores* que podem resultar úteis e ajudarem no resultado do vitral.


A fusão do Vidro
As  primeiras origens do vidro se verificam no período em torno ao ano de 2000 antes de Cristo. Efetivamente datam deste período alguns exemplos de vidro fundido, expostos em Corning, no homônimo museu, nos USA (New York). Os romanos, juntamente ao povo do Egito, foram considerados os mais experientes na fabricação do vidro. Numerosas bacias e belíssimas jóias foram criadas com a técnica da fusão do vidro, em um período que se estendeu de 1500 a.C. a 500 d.C.
Depois desse período, o trabalho com o vidro usando a citada técnica de fusão, foi um pouco abandonada, para em seguida dar espaço a inovativos modos de trabalhar o vidro, sendo o sopro uma dessas técnicas. Uma nova técnica se desenvolveu: a "Pate de Verre" (Pasta de Vidro), que consiste em fundir o vidro em partes em contenidores adequados, e então formá-lo por meio de uma colagem com o vidro líquido.

A fusão do vidro é uma técnica muito antiga, que se verifica em uma contínua evolução. Consiste em fundir juntos vidros de diversos tipos, com os quais se realizam vitrais unindo-se as peças por meio da fusão e da soldadura do vidro. Por isto, para este tipo de trabalho, é exigida uma grande experiência e conhecimento no que se refere à composição dos vários vidros utilizados. Devido à união de diversos vidros, é necessário que se conheça a sua composição e a sua compatibilidade, base essencial para a fusão do vidro.
Existem numerosos modos de se realizar obras com a fusão, onde os princípios básicos devem ser levados em consideração, dependendo dos tipos de vidro utilizados e da escolha dos materiais essenciais para alcançar os resultados que se deseja obter. Além disso, cada artesão recorre a algo de seu, que desenvolveu com a sua experiência adquirida com os anos e sobretudo com a sua imaginação, o que permite a esta técnica obter resultados inimitáveis.
A técnica consite na utilização de pasta de vidro colorida, que levada à fusão com uma chama em temperatura elevadíssima, transforma o vidro em maleável permitindo o seu trabalho e dando ao artista a possibilidade de obter uma gama infinita de cores e sempre graças à fusão de dar à massa de vidro a forma que deseja.
Uma vez obtida a cor e a forma se procede à fase de colocar essa massa incandescente, obtendo finíssimas varas de vidro que esfriando-se recuperam a consistência natural do vidro.

O artista deste modo está pronto a compor o mosaico utilizando essas varas cortando-as em pequenas pastilhas. Deste modo esta antiga técnica compreende as seguintes fases:


-mix de cores, misturando as pastas de vidro segundo a cor desejada pelo artista


-fusão a fogo do vidro, impasto e trabalho da forma a ser obtida


-enrolar a massa com pinças especiais para obter as "varinhas" de vidro.
Esta antiquíssima técnica foi passada de geração em geração a pouquíssimos mosaicistas que ainda hoje realizam reproduções de objetos religiosos, vistas de praças, objetos florais e detalhes delicadíssimos usados para tornar preciosas jóias de todos os tipos.

A fusão do vidro, depois do período das novas técnicas (o vidro soprado, pasta de vidro) teve um novo início na sua divulgação. No período do
Art Nouveau* alguns artesãos que trabalhavam o vidro soprado, utilizaram algumas técnicas da fusão para aplicar desenhos nos seus trabalhos. Na época do Renascimento na Europa a tecnologia do vidro fundido teve um período favorável à sua divulgação. No transcorrer deste século, com as inovações tecnológicas e a descoberta de novos materiais, esta técnica tem vivido um renascimento, em um setor artístico de decoração da casa, com vitrais obtidos, de grande beleza estética, com a exclusividade de obras únicas, as quais a indústria não pode se permitir.
 

Juan Casas


Um olhar desatento nos faria pensar que a pintura e desenho de Juan Casas,  seja apenas uma mera reprodução de uma fotografia em escala maior. Mas, ao observarmos mais de perto, verificamos que toda sua arte é feita com canetas comuns.
Licenciado pela Universidade de Granada de Belas Artes (1999), começou como pintor tradicional. E este início foi de grande importância para que sua criatividade começasse a ganhar asas para o que hoje consegue reproduzir. Tudo começou de uma forma muito sutil. A partir de fotos com amigos tiradas em ocasiões festivas e descontraídas, reproduzia-as com canetas como forma de obter o maior realismo possível. Com o tempo, a prática o levou quase a uma perfeição. Em cada obra chega a utilizar de 14 a 18 canetas e pode levar semanas até a finalização de uma obra.

Aprecie um pouco mais os detalhes desse artista.

Sinaromanafterhours

 
Don't


Aliskillaclick (detalle)

 
Beaafterhours

 
Autorretratoconholandesa 
 
Giuliaeatstheclassics (detalle) 

Trineafterhours 


Confira outros desenhos no site do artista

24 de fevereiro de 2010

Jacek Yerka


Jacek Yerka nasceu na polônia e como vem de uma família de artistas – seus pais frequentaram a Academia de Belas Artes – começou a pintar muito cedo. Assim como seus pais, ele também frequentou a Academia e foi fortemente influenciado por Cézanne e Klee.
Apesar das influências, as grandes fontes de inspiração de Yerka continuariam sempre a ser as lembranças de infância - os lugares, sentimentos, fragrâncias e as técnicas dos anos 50 - juntamente com uma imaginação digna de respeito.


 

  

  

  

  


  





Ponto Cego


Blind Spot from Cécile Dubois-Herry on Vimeo.
 
Blind Spot, de Cécile Dubois-HerryCo-Directors: Johanna Bessière, Nicolas Chauvelot, Olivier Clert, Cécile Dubois-Herry, Yvon Jardel, Simon Rouby

Ganhador dos prêmios "La Bourse Lagardere", E Magiciens 2007 Festival for Student Film.

Bruna Caram





 Palavras do coração (Bruna Caram)

São sorrisos largos
Lagos repletos de azul
Os corações atentos
Ventos do Sul
São visões abertas
Certas despertas pra luz
A emoção alerta
Que nos conduz

Sonhos aventuras
Juras promessas
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos estes versos soltos dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração

São os artifícios
Vícios deixando de ser
Os velhos compromissos
Pra esquecer
São pontos de vista
Uma conquista comum
O mesmo pé na estrada
De cada um

Sonhos aventuras
Juras promessas
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos estes versos soltos dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração...


música: Otávio Toledo
letra: Costa Netto

Gustav Klimt

Gustav Klimt foi um artista de quadros exuberantes que admirava as mulheres e acreditava no domínio feminino explorando suas figuras com sensualidade extrema chegando ao sexual. Evidenciou o feminino em grande parte de sua obra, sendo criticado por conservadores, incompreendido pelo erotismo que retratava e várias vezes sendo rotulado de pornográfico. Contudo foi o artista vienense mais querido e admirado do seu tempo.

Water Serpents II

Um artista de extrema importância que simboliza o estilo art nouveau da virada do século 19 para o século 20, assim como também simboliza os questionamentos e transformações humanas comportamentais na fase de transição dos séculos. Acreditava na libertação pela arte e era influenciado por Nietsche, Wagner e Schopenhauer. Nasceu em 1862 no subúrbio de Viena, Áustria, e foi o segundo de sete irmãos de uma família humilde.
Após concluir os estudos primários então com 14 anos foi admitido na Escola das Artes Decorativas, ligada ao Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena, tendo sido seu trabalho de admissão um desenho de uma cabeça feminina, feito a partir de um molde de gesso.
Nesta escola, junto com seus irmãos Ernest e Georg, Klimt estudou desenho ornamental, teoria de projeções, perspectiva e teoria do estilo entre outros temas que acompanhavam em aulas práticas e foi o único aluno desta escola a ter uma grande carreira artística. Com seu irmão Ernest e seu amigo Frans Matsh, Klimt trabalhou nos vitrais da Igreja Votiva.
Por volta de 1880 Klimt, Ernest e Matsh fundaram a Companhia dos Artistas e através da empresa Fellner und Hellmer, especializada em construção de teatros, conseguiam trabalhos realizando painéis decorativos, entre eles a escadaria do Museu de Arte de Viena.  Nesta época entrava em cena na Europa a arte floral e seu estilo pessoal começava a surgir, quando em 1891 foi contratado para pintar um painel  no Teatro Imperial de Viena. Klimt neste painel retratou um imenso quadro da elite vienense desertando olhares e admiração. A partir desta pintura a ingressou no mundo cultural da burguesia e foi premiado ao final do trabalho com a Cruz de Mérito de Ouro (1888).

 Lady with Hat and Feather Boa

Com a morte de seu irmão no ano seguinte, Klimt fechou  a Companhia dos Artistas e passou a decorar casas particulares e fazer retratos ao mesmo tempo em que ingressava na Sociedade dos Artistas Vienenses, porém esta sociedade era composta por conservadores e ele não ficou por muito tempo.
Permaneceu assim até 1894, quando foi convidado pelo Ministro da Cultura, Von Hartel a pintar o Salão Nobre do Anfiteatro da Universidade de Viena. O tema a ele sugerido para os quadros era A Vitória da Luz sobre a Escuridão, para representar a Filosofia, a Medicina e a Jurisprudência. Klimt rejeitou o tema e abandonou seu estilo adotado até então, adotando o estilo art nouveau, provocando espanto entre os tradicionalistas.
Com estes painéis causou choque e os diretores e professores acharam uma provocação.
Klimt recebeu duras e impiedosas críticas por ter realizado uma obra “pessimista e com grande simbolismo erótico”. Criou polêmica ao pintar corpos femininos nus em poses consideradas obscenas para a época, com rostos e expressões com ar de lascívia e mórbida sensualidade, olhos semifechados e bocas entreabertas.

The Dancer

Ele, junto com seu novo grupo estavam entusiasmados com as novas propostas artísticas que surgiam na Europa e fundaram em 1897 o Secessão, que era um grupo de dissidentes que haviam rompido com os conservadores da Sociedade de Artistas Vienenses. Este grupo era liderado por Klimt e logo uniram-se a ele escritores, artistas e políticos de correntes de esquerda. Eles também editavam a revista “Ver Sacrum”, onde Klimt fez várias ilustrações. Em 1898 o Secessão realizou a primeira mostra e com a renda desta construíram o Palácio do Secessão, que funcionou como sede para o movimento.
A partir de 1902 ocorreram notáveis mudanças na linguagem visual de seus trabalhos, e o simbolismo tornou-se mais acentuado nas obras que ele realizava.

Pallas Athene

Em 1905 Klimt decide rescindir o contrato com Os Quadros da Faculdade” , devolve ao Estado os honorários pelo seu trabalho, deixa o Secessão e vai para Berlim participar da exposição da Aliança dos Artistas Alemães, onde recebe o Prêmio Villa Romana. Seus quadros A Medicina, A Filosofia e A Jurisprudência foram retomados pelo Estado e queimados depois, na Áustria.
Ele une-se aos pintores Egon Schiele e Oskar Kokoschka, também austríacos e viaja pela Europa, agora cada vez mais sua obra ganha personalidade e vai tornando-se especialista em pintar figuras femininas envoltas em ricas e grandiosas ornamentações, consagrando definitivamente seu estilo e dando início à fase mais reconhecida de sua carreira, chamado Fase Dourada. Nesta fase Klimt buscou inspiração na estética de arte bizantina, com formas geométricas, trabalhando bidimensionalidade, os mosaicos onde retratava o feminino de forma figuritivista e com muitos adornos. O realismo somente fica presente ao retratar rostos e mãos com perfeição. As roupas e fundos dos quadros são tomados por ricos ornamentos, arabescos, espirais e muitos e pequenos objetos trabalhados em infinitas formas e cores quentes, douradas e metálicas exuberantes. É a dualidade representada de várias maneiras, como a abstração e o realismo, a alegria e a tristeza, o domínio e a submissão, no mesmo quadro.
De muitos produzidos nesta época, dois quadros ganham grande importância, um deles é O Beijo, considerado como o auge do período, onde Klimt retrata Emilie, sua amante e ele mesmo em fusão de dois corpos em um beijo apaixonado e em Dánae, um quadro provocativo de uma mulher ruiva, adormecida entre moedas de ouro e espermatozóides.

 Hope I

Nos primeiros anos do século 20 a fase dourada vai dando espaço ao expressionismo. Em 1909 Klimt viaja para Paris entrando em contato com o fauvismo e com obras de Toulouse-Lautrec, criando agora cenários menos elaborados e fazendo cada vez menos uso de figuras geométricas e dos tons dourados. É quando pintou o quadro O Chapéu de Plumas Negras, A Vida e a Morte, A Virgem, e também quando há a inclusão de novos elementos em seus quadros como natureza e água. Klimt cria paisagens campestres e do Castelo Kammer, sua propriedade, o Castelo Kammer, nota-se também influência do cubismo.
Em 1910 participou da Bienal de Veneza tendo aprovação unânime e recebeu o prêmio da Exposição Internacional de Roma.
Obras mais eróticas são produzidas a partir deste momento pelo artista, são mais de 3000 desenhos de modelos nus que frequentavam seu ateliê e Klimt foi acusado de exagero erótico por Ornamentação e Crime, outros quadros dessa época são Masturbação Feminina, Adão e Eva e Mulher Sentada com as Coxas Abertas.

The Kiss
Com o começo da Primeira Guerra Mundial em 1914 e com o falecimento de sua mãe em 1915 acontece uma mudança em sua obra, Klimt adota a monocromia em suas paisagens tornando seus quadros mais sombrios.
Em 1916 participou de uma exposição do Secessão em Berlim com Egon Schiele e Kokoschka.

Judith

Finalmente em 1917 recebeu reconhecimento e foi admitido na Academia de Arte de Viena, sendo eleito membro honorário da entidade. Porém faleceu no ano seguinte de apoplexia, conhecida como AVC, e foi enterrado em Viena.