Proclo - ou Proclus - nasceu em uma rica família originária da Lícia. Seu pai era um advocado que, por motivo de trabalho, se havia estabelecido na então capital do Império Romano.
Sua obra pode ser dividida em duas partes. Na primeira parte estão os seus Memoranda ou comentários sobre o pensamento platônico, o primeiro deles escrito quando Proclus tinha 28 anos. Nesses trabalhos, Proclo analisa e reafirma o pensamento de Platão, que, na época, era muitas vezes mal interpretado.
A segunda parte é de conteúdo teológico, destacando-se os seis livros que constituem a Theologia Platonica, Chrestomatheia, Hymni, Epigrammata e outros. Em razão da perseguição cristã, o conhecimento da religião grega estava fadado ao desaparecimento. Proclo ensinou o símbolismo dos mitos gregose analisou-os com grande cuidado e sabedoria. Afirmou, por exemplo, que nos mitos gregos o "casamento é a união indivisível de forças criativas".
Homem de grande cultura, Proclus era também fascinado pela ciência, particularmente pela astronomia Sua obra Hypotyposis é uma introdução às teorias astronômicas de Hiparco e Ptolomeu, na qual descreve a teoria matemática dos planetas baseada nos epiciclos e nos excêntricos.
Escreveu também um comentário ao primeiro livro dos Elementos de Euclides, uma fonte essencial sobre a história da matemática grega.
Até o fim do quinto século Porfírio, Jâmblico e Proclus continuaram a obra de Plotino, à qual incorporaram outros elementos especificamente religiosos, como uma teoria de anjos, algumas práticas rituais ligadas à magia, e seguindo o mestre, Platão, uma teoria da reencarnação. Sabe-se que as idéias de Plotino foram transmitidas ao Cristianismo graças à influência de Proclus ao expor textos constituintes do misticismo cristão, que foram inicialmente atribuídos a um ateniense convertido por Paulo de Tarso. A idéia do êstase, que une a criatura ao criador, é essencialmente a mesma idéia plotiniana da união da alma com o Uno.
Próclus nos demonstrou a destruição operada pelo Cristianismo de Constantino e o valor da senda do individualismo, à qual os cristãos chamavam de "paganismo". Como chefe altamente venerado da Academia Platônica de Atenas, Próclus baseou a sua filosofia no princípio de que existe somente uma realidade autêntica - o "Um", que é Deus, ou a Divindade, a meta suprema de todos os esforços da vida. Disse o filósofo:
"Para além de todos os corpos está a essência da alma, e para além das almas a natureza intelectual e mais além ainda de todas as existências intelectuais o Um".
"Para além de todos os corpos está a essência da alma, e para além das almas a natureza intelectual e mais além ainda de todas as existências intelectuais o Um".
Próclus reconhecia que a sua iluminação e filosofia vinham do alto , na realidade, considerava-se um instrumento através de quem a revelação Divina vinha até a humanidade. "Não parecia destituído de inspiração Divina", escreveu o seu discípulo Marinus, "porque saíam da sua sábia boca palavras semelhantes a mais espessa neve que cai; assim, os seus olhos irradiavam um brilho luminoso e o resto da sua expressão participava da iluminação Divina".
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